Zé Limeirinha meu nêgo
Vai-se embora pro céu
Eu não sou diplomado
Nem quero ser coronel
Toda hora Deus melhora
Joguei meu diploma fora
Na vida sou um bacharel.
Como a abelha e jogo o mel
Nunca vivi num convento
Eu dou nó em pingo dágua
E faço um laço no vento
Desenrolo um furacão
Entorto o chifre do cão
Diz o novo testamento.
Já dizia o padre bento
A inteligência e rara
Tu nessa lengalenga
Não ganha nem de arara
Meto-te a maçaranduba
Faço-te entrar na tuba
Ainda te dou na cara.
Meu verso quando dispara
Só vai te trazer tormento
Vai arrebentando o aço
Quanto mais um nêgo lento
Monto-Te e te meto a espora
Tu de vergonha até chora
Diz o novo testamento.
Se aprume e tome tento
Senão eu chuto teu saco
Se um dia fui embora
Foi Porque te achei fraco
Tava muito desanimado
E tinha outro ao teu lado
Preparando o teu buraco.
A inhaca do teu sovaco
Não tinha nem cabimento
Cabelo de pai de chiqueiro
Mais duro do que cimento
Um chulé fedendo a bode
Só um sabonete acode
Diz o novo testamento.
Massacro-te nesse evento
No vento dentro do tal
O tempo ri do risonho
Colha a calha do calhau
O bom cabrito não berra
Cabra cobra água e terra
Emperra a birra banal.
Seu Filhote de bacurau
Que late bate na broa
Limeira limando a lima
Confunde qualquer pessoa
Fiuza quer dizer batuta
Que nunca foge da luta
Mas do limeira caçoa.
As garrafas estão na boa
Garrafam Garrafamente
E de tanto Garrafarem
Dormiram tranqüilamente
Cuida-te cabra mal feito
Eu só cordelo direito
Meu poetar é decente.
Vou confundir teu repente
Trovocar a trova prágica
Vou enrolar tua língua
Massacrar-te nessa mágica
Tu vai voltar ligeirinho
Entre as pernas o rabinho
Nessa historia tão trágica
Respondo tudo na pelágica
O barato inventou a barata
A gata não engata e mia
O cão não mia e engata
Pêido tem som por é gás
Preto tem dente demais
Só branco desbota mulata.
Chegando no meio da mata
O que é que o cachorro faz
Revolver em cima do cimento
Fale-me o que é rapaz
Cruzar papagaio com girafa
Que bicho vai dá essa raça
Responda-me se for capaz.