Eu não temo homi nenhum
Desde que me vi muié
Traço dois no desjejum
Na cama, no chão ou de pé
Se teu aço é incomum
Faz a reza pra Oxum
Vai tê que prová que é.
O teu nome eu já conheço
E também tua garganta
Nesse lero eu adormeço
E tua intenção levanta
Por isso te digo Mané
Pega o exemplo do Zé
E com poesia me canta.
Já cansei da bandidage
To querendo sossegá
Me deitá num colo fráge
E na rede balançá
Mas se queres a mordida
O galope da bandida
Tu vai tê que rebolá.
Eu te entendo muito bem
Tua image me decora
Falador como ninguém
Palavra que me apavora
Mas quando entra no combate
Com a potranca que te bate
Puxa a rédea e mete a espora.
Nos meus braços com certeza
Morrerias qual cordeiro
Encantado com a beleza
Te deixava prisioneiro
E nos rumos desses versos
Entre o ardente e o perverso
Morreria eu primeiro.