Ao tentar a sua definitiva cura
Você aprende que a pior doença humana
Volta a agir, como a dentadura
Depois da limpeza, pra dentro da sacana
Jesus Cristo teve que se esquivar
Quando pela diaba atacado no deserto
Coisa que você não podia avaliar
Temba vira mulher e fica muito esperto
E ela diz para você, que está desprevenido
Que você é um homem bem completo
E que, por isso, sabe de tudo que é sabido
Que você não vai sofrer nenhum veto
E, logo, você é desafiado para tudo resolver
De preferência, problema de mulher
Aí, você, escritor esperto, põe-se a escrever
Mas, não sabe bem do que ela quer
Outra vez, ela volta cuspindo marimbondo
Dizendo que você não entende de nada
Patavina. E da sua cuca vem um estrondo
E sua vida fica toda doida, embananada
Você tenta provar, então, porá mais bê
Que você é que é o sabichão
Caindo em desgraça por querer de ser
Respondendo a sua tentação
Desprevenido como sempre, ela volta pra você
Dizendo que você pode ser e querer de tudo
O que ela quer é tentar, até você se convencer
Deixar sua bunda de fora da calça de veludo
Outra hora, ataca pelos flancos do seu campo aberto
E diz que você não consegue nem um passo dar
Aí é que bicho mais dá, porque você quer tudo certo
Mormente, o que ela mais quer é a você intimidar
Pra você deixar esse mal, por uns tempos, suspenso
Precisa estar mais atento que o seu cão de estimação
Saber a hora de fechar seu corpo com muito incenso
Cuidar que saber e poder são verbos de manipulação
O primeiro vem como se vestindo o corpo gordo da cabra
Com berros ventríloquos de sedução e tentação
E o segundo no rabo do dragão, na juba leonina, macabra
Um cuida da tentação, e o outro da intimidação
É desse jeito que você passa seus dias
Sem o menor cuidado, levando sua tinta diária
O que ela quer de você é ter primazias
Deixar você nu, mas só na sua escrita literária
Proteja sua graça do que vem vestido de diaba
Quando o teclado pega é como se fosse metralha
Mas, um dia vem algo maior e com esse acaba
São os votos do Tim, que só sabe afiar a navalha