"Assim que eu cerro o punho
pronto para o desfecho do último golpe
sobre o adversário caído,
o menino dentro de mim
faz com que eu abra a mão
e a estenda ao inimigo.
Em noites de longa tempestade
quando raios e trovões me amedrontam
fazendo tremer a minha alma,
o adulto dentro de mim
me abraça, protege e acalma.
Quando sentado na beira do caminho
desanimado e sem nenhuma esperança
passa a mão na minha cabeça
me animando o meu lado criança.
Quando me sinto sozinho, triste,
sem nenhum amigo para me divertir,
estufa o peito o homem que insiste
em espantar a tristeza fazendo-me sorrir.
Assim vou eu me equilibrando
entre o adulto e o menino,
cabem os dois no mesmo coração
que bate mais feliz do que um sino."