O paudágua Alan Bique
Convidou Lumonê
Para comer um peba
Na pimenta e no dendê
No bairro do Tatuapé
Na casa do amigo Zé
Mode ele conhecer
Acompanhando o tatu
Tinha loira geladinha
Também como opção
Fizeram caipirinha
Ainda coelho assado
Havia frango guisado
E codorna na farinha.
Quando Lumonê chegou
Alan Bique já tava lá
Além do povo daqui
Veio gente do Ceará
Até o pessoal do sul
Veio comer tatu
Com chimarrão e jabá.
Lá pro meio da festa
A cerveja acabou
Lumonê e Alan Bique
No plano B já pensou
Beberam caipirinha
Era só isso que tinha
O resto todo pifou.
Já tinham comido coelho
Que na verdade era gato
E todas aquelas codornas
Eram avoantes de fato
O frango era um capote
De pinga até o cangote
Servira o tatu do mato.
O bicho apimentado
Ensopado no dendê
Todo mundo trubado
Só estando lá para vê
O jabá muito salgado
O pessoal arretado
Chimarrão foram fazer.
Lumonê comeu o tatu
E na hora gritou fogo
A malagueta ardia
Obrigando seu rogo
Para acabar a aflição
Deram-lhe chimarrão
Para ver se dava jogo.
Esse cabra não sabia
Que o bicho era quente
Calibrado do pileque
Tirou a bomba a dente
Na boca virou a cuia
Queimando ele enguia
Aquela água fervente.
Alan Bique se mijava
Morrendo de dar risada
Ficou com dó do amigo
E resolveu a parada
Foi no bar da esquina
Bancando a gente fina
Trouxe cerveja gelada.
A lourinha amenizou
Toda aquela queimação
Na boca do Lumonê
Já lhe dando condição
De pelos menos falar
Pra ele poder xingar
Toda aquela arrumação.