Alam Bique e Lumonê
De férias no Ceará
Eles foram Convidados
Por seu amigo François
Lá na bela Fortaleza
Todos tinham certeza
Que o pau iria troar.
Só no dia da chegada
Dez caixas eles tomaram
De cervejas bem gelada
Eles não se conformaram
Seis litros de aguardente
Pra turma ficar contente
Nem bebum eles ficaram.
No outro dia de manhã
Tomaram uma cachaça
Somente um aperitivo
Aquilo nem teve graça
Era a pausa pra seresta
No sítio tinha uma festa
De François pecori massa.
Cinqüenta barris de chope
Duzentas caixas lá tinha
E tudo aquilo na faixa
Só cerveja geladinha
Cem engradados de cana
Da melhor cana caiana
Da lisa e da palhinha.
Cabrita pra todo lado
Cada uma mais bonita
Desfilando sua beleza
Toda a festa se agita
Cana, mulher e forró.
Não existe coisa melhor
Se houver a gente imita.
Tinha buchada de bode
Peixe frito com pirão
Paçoca, queijo e jabá
Sarapatel com feijão
Mocotó na panelada
Baião de dois e rabada
E bobó de camarão.
Lumonê ficou na cerva
Junto com o Alam Bique
Uma pilha de garrafas
Era a prova do seu pique
Comendo um sarapatel
Declamando um cordel
E o povo achando chic.
François nunca parava
Sempre com copo na mão
Bebendo sua cachaça
Parecia um pimentão
Com uma pressa passou
Lá no mato se abaixou
E fez o serviço no chão.
Alam Bique se deu bem
Arranjou uma cabrita
Foi se atracar no mato
Não procurou fazer fita
Retornou esbodegado
Trôpego e arranhado
O Bode velho não grita.
Lumonê criou coragem
Caindo pela tabela
Queria uma cabrita
Que fosse boa e bela
Para o ganso afogar
Pegou uma sem olhar
Uma véia matusquela.
A mulheril foi se embora
E a festa tinha acabado
Não tinha homem de pé
Tudo bêbado e deitado
Menos o amigo François
Que queria continuar
Porque estava acordado.