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Cordel-->Mais uma pra Lili - A lenda do joão-de-barro -- 25/10/2002 - 15:44 (Roberto Cursino de Moura) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Há muito tempo passado,
Nos tempos do meu avô,
Um fato foi realizado
No sul do nosso Brasil.
Jaebé, um jovem forte,
Um dia se apaixonou;
A moça, bela e singela,
Retribuiu ao sentimento
Desd o dia em que o viu.
Jaebé foi ao pai dela,
Pedi-la em casamento
Quando o pai lhe perguntou:

-"Que provas podes dar
De tua força e valor
Prá da moça mais bela
Ser então merecedor?"
Jaebé foi decidido,
E uma resposta arriscou:
-"As provas que posso dar
São provas do meu amor"
Desta resposta sincera
O velho índio gostou
Porém por achá-lo atrevido
O ancião sentenciou:

-"Muitos vieram propor
Tomá-la em casamento,
Porque não tiveram valor
Não dei o consentimento."
O velho quedou-se a pensar
E por fim recrudesceu:
-"O último a querer se casar
Em jejum me prometeu
Por cinco dias ficar.
Por tres dias não comeu,
No quarto, por fraquejar,
Não resistiu e morreu."

Jaebé então, num repente,
Cheio da força do amor,
Ao velho diz esplendente
Mostrando o jovem vigor:
-"Nove dias penarei,
Para mostrar-lhe valor,
E prometo, não morrerei,
Lutarei por meu amor!"
A tribo se aterrorizou
Com a coragem de Jaebé.
E o velho se pronunciou:
-"Que vença o amor e a fé!"

Tendo assim determinado
O velho a todos espanta:
O rapaz foi enrolado
Num pesado couro de anta.
Dia e noite vigiado,
De lá não podia sair,
Não podia comer, o coitado,
Também não podia dormir.
A jovem em alto clamor
Foi à deusa da Lua pedir,
-"Não deixa morrer meu amor,
Não deixa ele partir!"

Mas a Lua, muito fria
Seus apelos não ouviu;
Ao final do quinto dia
A seu pai ela pediu:
-"Cinco dias se passaram,
Não o deixe morrer!"
E o velho, insensivelmente,
Julgando o jovem arrogante
Não teve pena da dor:
-"Encare a morte de frente,
Pois parece um gigante
Quem tem a força do amor!"

Somente no sexto dia
Na hora do Sol se por
O velho ouviu sua filha,
Quiz pôr fim em sua dor.
Com a tribo reunida
Sob o branco do luar
Deu a missão por cumprida,
Jaebé iria soltar!
Abriu o couro da anta,
Todos então se assustaram,
Jaebé célere se levanta
Seus olhos vivos brilharam.

Sua pele recendia
A perfume de amêndoa,
Seu sorriso luz emitia
Que a alma desnodoa.
Quando seu olhar cruzou
O olhar de sua amada,
Jaebé, qual pássaro, cantou
O canto da liberdade.
Assim cantando alegremente,
Seu corpo se transformou
Num belo pássaro luzente
Que para a Lua voou.

Seguiu-se silêncio profundo,
Nuvens negras a Lua ocultaram.
Nunca se viu neste mundo
Dois jovens que tanto se amaram.
Eis que na índia formosa
Iniciou-se a transformação
Na ave mais graciosa
De bela coloração.
Esta história é verdadeira
Conforme os índios narraram,
João-de-barro e sua parceira
Nunca mais se separaram.


Nota do autor:

João-de-barro (Furnarius rufus)

Caracterização
--------------

Mede 19 cm. Os sexos são muito parecidos, a fêmea pode ser
identificada, pelo hábito de ocupar à noite, sozinha, o ninho
com ovos e filhotes. Plumagem de cor parda, com cor ferrugem
nas costas e especialmente na cauda.

Habitat
-------

Campos desprovidos de vegetação mais alta, abundante nas fazendas,
parques e até nas cidades.

Distribuição
------------

Ocorre da Argentina à Bolívia, Paraguai, noroeste da Bahia e
sul do Piauí. Em Campinas só apareceu por volta de 1900.

Hábitos
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Constroem seu ninho em formato de forno, um por ano, com barro úmido
e um pouco de esterco, misturado à palha. Escolhe
um local bem aberto para instalar-se, como por exemplo
árvores isoladas, postes de iluminação. O casal trabalha em conjunto,
após 18 dias o ninho está pronto.

Alimentação
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Consiste de insetos e suas larvas, aranhas, opiliões e outros artrópodes, moluscos, ocasionalmente come sementes.

Reprodução
----------

Faz seu ninho em formato de forno, contruíndo um a cada ano, com
barro úmido e um pouco de esterco, misturado à palha.
Escolhe um local bem aberto para instalar-se, como exemplo árvores
isoladas, postes de iluminação. O casal trabalha em conjunto,
após 18 dias o ninho está pronto.
Põe de 3 a 4 ovos a partir de setembro.

Manifestações sonoras
---------------------

O casal solta seu canto, forte grito ou gargalhada, frequentemente
em conjunto. O joão-de-barro é mais ativo nas horas mais
quentes e claras ao contrário de outras espécies da família.
Seu canto tem seqüências rítmicas mais prolongadas como que um
canto festivo, crescente e decrescente; o casal sincroniza um dueto.





































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