Manoel Carlos foi ao médico,
Fazer exame de próstata,
Ficou nervoso meio cético,
Tem gente que até gosta.
Na sala tinha uns afoitos,
Homens que estavam lá,
Nenhum olhava pro outro,
Com medo ate de falar,
Uns medrosos escondidos,
Cobriam a cara com jornal,
Medo de serem reconhecidos,
Naquele exame anormal.
Na vez do Manoel Carlos,
Com medo ele entrou,
Exame depois do Ricardo,
Nervoso a roupa tirou.
O medico examinava,
Com bastante maestria,
O dedo untado apalpava,
Manoel Carlos até sorria,
Um barulhão a soar,
Naquela sala ecoou,
Do médico o celular,
Que de repente tocou.
Mesmo Manoel examinando,
Com a outra mão ele atendeu,
Era sua mulher brigando,
O médico logo se enfureceu.
Fazendo gesticulação,
Com bastante intensidade,
Usando as duas mãos,
Sem perder a atividade.
Ao Desligou deu uma geral,
E se lembrou do paciente,
Pensando que estava mal,
Mas ele estava contente.
Manoel Carlos olhou no rosto,
E disse com muito carinho,
Com olhar de peixe morto:
- Doutor me de beijinho.