Chega dar pena na gente
Ver o povo esmaecer
Hoje é tudo diferente
E nada se há de fazer,
Pois o povo se aquietou
Toda lama transbordou
O caminho é fenecer.
Escritores de cordel
Que anda dizendo adeus
Tolhidos de seu papel,
Desse dom dado por Deus
Se isso é coisa direita
Se não pode ser refeita
Não terão os prantos meus.
Pois na minha opinião
Verso é arma combativa
Feit’a peixeira de Lampião,
A Exemplo: o Patativa.
Que antes de entrar no céu
Foi tão famoso em seu cordel
Quanto em sua vida ativa.
Mas se a moda pegar
Se fugir é a solução
Não vou parar de embolar
Mas pegar o estradão
E partir de minha Brasília,
Minha terra mãe e filha
Que se infestaou de ladrão.
Aqui só se fala em terra
Em grilagem e propina
E só o povo se ferra
(Ser roubado é nossa sina?)
Resove-se então na bala
Joga os sujeitos na vala
Queima os tais na carabina.
Esse tal de Pedro Passos
Passou a perna e ganhou
De sujeira deixou traços
Fedeu que empreguinou.
Agora deputado é sua alcunha
Rouba terra até debaixo da unha
Foi São Jorge afirmou.
E esse tal de Eri Varela
Hoje tira de bonzão
Pois entrou em querela
Com turma do ladrão.
Se faz virgem menina,
Mas só mama na propina
Do Pedrinho e seu irmão.
E só pra finalizar
Esse conto infeliz
Não esqueço de lembrar
Do companheiro Roriz
Esse cabra trapaceiro
Que se montou no dinheiro
Nunca cumpriu o que diz.
Vou me embora de Brasília
Pois aqui eu não sou feliz
Aqui só tem os que pilham
O bem público, é o que se diz..
Por isso eu digo “CADEIA”
De preferência com “PEIA”
Pra essa gangue do Roriz.