Tenho uma mulher de duas camas na nossa cidade,
é bonita,veste bem,se pinta sem maldade;
a mulher é enviezada feito um anão:
mas põe todo homem comum em sua falsa virgindade.
Não é que já encontrei, de verdade, e dissabor,
ela e o vizinho brincando de médico?
Na nossa cama cheia de seriedade,
e quando me viram,ela disse: meu calor,meu amor!
Não pude falar mais nada: o homem de calça amarela,
em punho, se arredou pela janela,
enquanto eu com cara de bobo feito ozônio
aceitava o perdão: nunca mais - disse ela!
E passava o tempo, chegava em casa,
e lá estava ela com o leiteiro,
e lá estava ale com o padeiro,
e sabe mais com quem:
era só eu bater asas
e ela ia buscar algum feiticeiro!
Um dia me tomei de raça!
Cheguei em casa mais cedo,
me aprontei de espingarga
quando vi aquele quadro sem paz,
atirei na primeira coisa que vi perto:
O primeiro homem nu e descalso
muito apavorado; acertei no pé;
o segundo mais arredado
e foi parar na calçada sem perscalso.
Ela, parecia atingida: e só disse, muito pura:
meu bem, nunca mais...nunca mais,
nunca mais com outro homem, juro!
Mas não atira mais: tem bala perdida no meu bunbum!
E eu, lastro de pena,abracei a pequenota,
e disse cândidamente: espingardada, nunca mais,
juro, nem de lorota!