Lili vortou arretada
E feiz um grande escarcé
Chutou o pau da barraca
xingando tudo que é Zé
E trazeu a palmatóra
Só pra refrescá memóra
De quem errá no cordé.
Não caia nessa bestera
De deixá o pé quebrá
A Lili vira uma fera
E vem correndo engessá
Vosmecê fica de môio
Pode inté cegá um ôio
E demorá a si sentá.
Ela chegou espumando
Tá fumando numa quenga
Vai sê só Pena que avoa
Não entre nessa pendenga
Ou vai tê o pé engessado
Andando que nem piado
Ela é doida por arenga.
Lili Qé cordé dereito
Bunito e trabaiado
Fica muito arreliada
Se ela vê o pé quebrado
Vai chamá ocê no saco
Te catá pelo suvaco
Pro cordé sê consertado.
Não deixe ela nervosa
Ou o cacete vai comê
Faça sua rima certinha,
Erre na métrica pra vê!
Ela vai te Por uma bota
Depois baixá tua nota
Mode vosmecê aprendê.
Cum a Lili num se brinca
Nem carece discutí
Se quebrá o meu pezinho
Vem correndo me acudí
Pra cuidar do meu dodói
No seu colinho escói
O jeito que vai buli.
O meu cordé é cantado
Do jeitinho quela gosta
Eu conto tudo no dedo
Como Lili sempre mostra
Cantado na melodia
Tudo dentro da harmonia
Evito fratura exposta.
Quando eu tiver engessado
Quero ajuda da dotora
Pra me botá na caminha
Mesmo sendo professora
Com a Lili do meu lado
Eu mesmo de pé quebrado
Dou um beijo na senhora.
Eu sou um desses filino
Andando no teu teiado
Que veve quebrando o pé
Só pra ouvir teu miado
Quero gesso de carinho
A bandagem de beijinho
Só quebro o pé de safado.
Acôio Lili de braços abertos, ô muié arretada da gota serena. Vixi Maria, danou-se.