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Cordel-->AS FÉRIAS DE RAIMUNDO NONATO GUSMÃO NO SUL -- 15/01/2003 - 16:33 (Antonio Albino Pereira) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
De novo estava de férias
O nosso amigo Raimundo,
Da última experiência
Tinha um nojo profundo.
Prometera não mais viajar,
Mas não parava de sonhar
Com as belezas que há no mundo.

Jogou o medo pro alto
E a mala arrumou;
Pegou o mapa mundi
E as vistas por ele passou.
Do exterior desistiu,
Ficaria no lindo Brasil,
Fez logo reserva num vôo.

Para o Sul resolveu ir,
Porto Alegre escolheu,
Nesse dia fazia frio,
Como vara verde tremeu.
Camisa de mangas curtas,
Mesmo assim foi à luta,
Rumo ao centro ele desceu.

Hospedou-se num bom hotel,
Ainda meio sorrateiro
Saiu a andar pela cidade
Em busca de arroz carreteiro.
Entrou numa churrascaria,
Comeu carne e outras iguarias,
Encheu a pança pro dia inteiro.

Mundico já tava gostando,
Do passado nem quis lembrar,
Continuando o seu passeio,
O Rio Guaíba foi visitar;
Viu o por do sol, maravilhado,
À beira do rio, ali sentado,
Deu vontade de amar.

Duas moças ao seu lado
O olhavam, cochichando,
Viu uma lhe sorrindo
E a outra lhe acenando.
Raimundo, meio avexado,
Quis olhar pro outro lado,
Mas elas foram se aproximando.

Sem vergonha, sem rodeios
Disseram sua proposição:
-Tu nos leva prum motel,
Estamos cheias de tesão.
O homem ficou estupefato,
Duas moças de fino trato,
Muita areia no seu caminhão.

Sem delonga levantou-se
E convidou as suas amadas
Pra num boteco, ali perto,
Tomar duas talagadas.
Precisava, com certeza,
Diante daquelas belezas,
De uma boa cervejada.

De pronto aceitaram
E lá foi o grande trio,
Raimundo já sonhava,
Esquecera até do frio,
Possuir aquelas beldades,
Esbaldar em felicidade,
Seria um grande desafio.

Depois de tomar todas
Resolveram ir se amar;
As duas moças abraçadas
E Nonato a acompanhar.
Ele achou um pouco estranho,
Mas “duro” como estanho,
Só pensava em trepar.

Chegando no apartamento
Começaram a se despir.
-Você não, lhe disseram,
Você vai nos assistir.
Mesmo “duro”, o Raimundo,
Latejante e furibundo,
Resolveu não resistir.

E as meninas começaram,
Se beijando e se abraçando,
Já peladas, sobre a cama,
O Mundão observando;
Depois de meia hora,
Disse uma, sua vez agora,
Suas roupas vai tirando.

Ele nem acreditava,
Estava tão extasiado,
Aquelas duas gostosonas
E ele ali pelado,
Todo cheio de tesão,
Era cada mulherão,
Se sentiu abençoado.

Uma delas se afastou
E sua bolsa abriu,
Uma venda retirou
E os olhos do macho cobriu.
Nonato, ali no escuro,
Assustado, mas bem “duro”,
Para elas ainda sorriu.

O que se sucedeu
Foi digno de horror,
Botaram o homem de quatro
E uma delas se armou;
Meu Deus, mas o que é isso?
Um enorme pênis postiço
Fundo no Raimundo entrou.

Foi um grito estrondoso
Que soltou o Raimundão;
Dizem que foi ouvido
Nos confins do Maranhão.
Nem sequer arrumou a mala,
Mais rápido do que bala,
Deixou pra trás os sapatão.

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