Quando eu fui pro Rio
Eu fui vê a Lílian maial
Marquei a hora e o dia
Para um encontro informal
Fui para o local marcado
Ansioso e agoniado
Num nervosismo geral.
Ela demorou um pouco
Só para fazer charminho
Para me deixar nervoso
Ali esperando sozinho
Mas quando ela apareceu
O mundo todo tremeu
De leão virei gatinho.
Parecia no natal
Com o céu se iluminando
Ouvi orquestra sinfônica
Com mil músicos tocando
De repente apareceu
Minha fala emudeceu
Pensei que tava sonhando.
Aquela deusa morena
Da Monalisa o sorriso
Cabelos da cor da noite
Matou-me sem um aviso
Pois tinha lábios de mel
Prendeu-me, me fez seu réu!
Com seu feitiço conciso
Uma bela musa de Gougin
Ou mesmo de Renoir
Era tanta formosura
Que ofuscou meu olhar
O corpo da Marta Rocha
Queimava igual à tocha
Feita pra se admirar.
Ela é de parar o trânsito
Ou do comércio fechar
Mulher capa de revista
Só vendo pra acreditar
Fique besta deslumbrado
Imóvel hipnotizado
Sem reação pra falar.
Quando ela me tocou
Foi um raio me atingindo
Um fogo me dominando
Algo novo fui sentindo
Labaredas dum vulcão
Envolvidas em sedução
Um cometa se partindo.
Seu lábio tocou meu rosto
Com mil volts de potência
Vi estrelas e planetas
E da vida sua essência
Conheci o paraíso
Dizer mais nada preciso
Dessa deusa excelência.