Usina de Letras
Usina de Letras
10 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 


Artigos ( 63235 )
Cartas ( 21349)
Contos (13302)
Cordel (10360)
Crônicas (22579)
Discursos (3248)
Ensaios - (10683)
Erótico (13592)
Frases (51758)
Humor (20178)
Infantil (5602)
Infanto Juvenil (4949)
Letras de Música (5465)
Peça de Teatro (1387)
Poesias (141311)
Redação (3357)
Roteiro de Filme ou Novela (1065)
Teses / Monologos (2442)
Textos Jurídicos (1966)
Textos Religiosos/Sermões (6356)

 

LEGENDAS
( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )
( ! )- Texto com Comentários

 

Nossa Proposta
Nota Legal
Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Cordel-->Fui conhecer a carneira que ganhei -- 24/01/2003 - 09:41 (Airam Ribeiro) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Fui conhecer a carneira que o sogro me deu

Um dia já a tardinha
Eu falo sem brincadeira
Passou-me pela cabeça
De fazer uma besteira
Eu fui lá no cemitério
Só pra ver se era sério
O presente da carneira.

Quando o sogro deu o presente
Falou-me sem cerimônia
A carneira está à direita
Da defunta dona Antonia
À esquerda você veja
Pertence ao Zé de Deja
Aquele cara sem vergonha.

Que morreu por ser famoso
De mexer em mulher alheia
E um dos maridos traídos
Quis deixar a coisa feia
Pegou o seu bingulinho
E cortou em pedacinhos
Que brotou sangue na veia.

Já a carneira da frente
Pertence ao defunto João
Que por comer demais
Morreu de uma congestão
A pança estava tão cheia
Nunca vi coisa tão feia
Morto cagando no caixão.

E com esse endereço
Que me deu o sogro amigo
Foi fácil de encontrar
Aquele meu jazigo
Sentei em cima contemplando
Já estava até gostando
Não estava constrangido.

Resolvi tirar a tampa
Pra ver se dava o tamanho
Foi bem na hora da chuva
Que vinha pra dar um banho
E para eu não molhar
Resolvi então entrar
E desci sem ter arranho.

Coloquei então a tampa
Ficou entre meio aberto
Já estava escurecendo
Sem ter ninguém por perto
De cócoras eu fiquei
E por ali cochilei
Não achando isso certo.

E só de madrugada
É que eu fui acordar
Com barulho de ladrões
Que estavam a roubar
As catacumbas de ricos
E dizendo: essa eu fico!
Pensei logo em me mandar.

Quando resolvi sair
De dentro da minha carneira
Os ladrões vendo o vulto
Botou as pernas na carreira
Largando os roubos para trás
Só depois eu conto mais
Porque não é brincadeira.

Fui devolver os pertences
Pra cada um dos defuntos
Que mora ali há tempos
Nessa cidade de pé junto
Amanhã eu conto o resto
E pra dizer que não presto
Vou mudando de assunto.

Cheguei em casa de manhã
Jocélia estava nervosa
Quando cheguei de fininho
Ela não deu nenhuma prosa
E com o cabo da vassoura
Bateu em cima da ciloura
Que ela ficou cor-de-rosa.

Não sei se foi maldição
Desse presente que ganhei
Ou qual a intenção do sogro
Confesso ainda não sei
Já estou ficando maluco
Estou ficando caduco
Depois que eu aceitei

Airam Ribeiro
Brasília, 23/01/03







Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui