Pras irmãs psique falou
Que tava esperando um bebe
Mas não era para dizer
O segredo que revelou
E traindo o seu senhor.
Do filho falou o destino
E que nasceria divino
Também coberto de brilho
Pois dum deus era filho
E seria um lindo menino.
Suas irmãs enciumadas
Porque psique era rica
Botava olho de botica
Porque neram casadas
Cum deus, e nem amadas.
Convenceram ela a olhar
A face sem hesitar
De Eros o seu marido
Que no real era o cupido
E tinha que se guardar.
Enchendo a cabeça dela
Insinuaram de repente
Quele era uma serpente
Podia tá enganando ela
Seria o monstro da bela.
Não um deus maravilhoso
Talvez um ser asqueroso
Algo errado nele havia
Saber de tudo ela devia
Desse ser misterioso.
Psique ficou assustada
Com que as irmãs disseram
Depois que elas partiram
Ela estava desconfiada
Resolveu dar uma olhada.
Uma faca é um lampião
Escondeu na escuridão
Ali bem próximo da cama
Pra vê o rosto de quem ama
Acabando sua aflição.
Psique estava decidida
Mesmo sentindo desgosto
Logo veria seu rosto
Não estava arrependida
E acabaria com sua vida.
Se fosse um ser terrível
Um monstro desprezível,
Esquecendo os avisos
Era das irmãs os juízos
Nesse gesto horrível.
Depois de fazer amor
Na noite Eros sorriu
E satisfeito dormiu,
Psique coragem tomou
E a lâmpada aproximou.
Não era horrenda criatura
Só tinha beleza e ternura
Repousando docemente
Dormia tranqüilamente
Com sua lindeza e doçura.
Psique sofre arrependida
Distraída tava olhando
A lâmpada foi inclinando
Sem que fosse percebida
Cai gota de óleo aquecida.
Em Eros no ombro direito
Ele se assusta sem jeito
E voa através da janela
Fugindo escapa dela
Num revoar de efeito.
Quando dela se despediu
Eros, prela assim falou:
- Todo o meu grande amor,
Foi assim que retribuiu,
Com esse gesto tão vil?
- Minha mãe desobedeci
E somente pra ti vivi,
Não acatou o meu pedido
Tratou-me como bandido,
Você só me desapontou!
- Um monstro pensou queu era,
Cortaria à minha cabeça,
Quero que desapareça,
- Com seu sonho de quimera,
Tratando-me como fera!
Nas suas irmãs acreditou,
Nenhum castigo te dou,
Pra sempre vou te deixar,
Na suspeita viverá,
Convivendo com o amor!
Quando ela se recompôs
Desapareceu o castelo
E tudo quanto era belo,
Perto da sua casa após
Ela quis se matar depois.
Ela se atirou num rio
Sua vida tava por um fio,
Mas às águas trouxeram
De volta a devolveram
Não aceitando o desafio.
