Lendo aqui, nesta página, literatura de cordel,
Eu fiquei comigo mesmo, sozinho, a matutar.
E decidi escrever, quero lápis, caneta ou papel.
Não sei bem o que dizer, nem se vou te agradar.
O título ainda não sei, não pensei, não escolhi.
Talvez o chame de cordel um ou de primeiro.
Agora é de tarde, tá meio escuro, chove aqui.
Me vem então a idéia de chamá-lo aguaceiro.
Conversa vai, conversa vem, penso aqui, olho ali
E vou tecendo de mansinho, devagar, o meu cordel.
Busco a rima, é complicado, tão difícil, nunca vi.
Mas vai saindo e vou passando as idéias pro papel.
Me enrolei,empaquei, esta quarta estrofe tá de ré.
Que fazer? o que dizer?tem que sair,tem que rimar.
Clamo aos céus, peço força ao bom Homem de Nazaré.
Força pra tirar desta cachola algo bom para falar.
Ufa! Passei para outra, e agora? paro ou vou em frente?
Já decidi, vou prosseguir, não dá vontade de encerrar.
Estou gostando deste cordel, é divertido, é diferente.
É andar no escuro, sem bengala, sem lanterna e sem luar.
E o título? Já tá na hora de pensar, como chamar este monstrinho.
Talvez felicidade, alegria, aguaceiro, primeiro ou oportunidade.
O último é bom, pois estou tendo a chance de abrir o meu caminho.
Vou ficar com este título, e por oportuno, me despeço com saudade.