Muita coisa é ilusão
Aparência temporária
Engano de julgamento
Torna a vida solitária
Amargor e decepção
Rasgando toda emoção
Ternura deficitária.
A derrota é sumária,
Pois nada é definitivo
Aquilo que era ontem
Hoje pode não tá vivo
Quando a verdade né pura
Engana a criatura
Que acreditou no motivo.
E sem ter ouro no ativo
Nem algo pra oferecer
Você pode ser pisado
Ser esquecido e sofrer
Só vale a base de troca
Sendo uma cobra ou minhoca
Sem prata, pode esquecer.
Se alguém for te querer
Por a mão na tua cabeça
Só vai querer te mandar
Sua opinião esqueça
Ele sempre tem razão
Cê é escravo da ilusão
E sua vida fica avessa.
Nenhum sentimento aqueça
No objeto excluído
Sem prestigio ou numerário
Querendo ser atrevido
Você é degrau de escada
Será alpendre ou sacada
Apenas sombra, escondido.
Seu grito não é ouvido
Seu lamento é desprezado
Aumenta sua solidão
Você se sente arrasado
Em nada mais acredita
Qualquer amizade evita
Prefere estar isolado.
Ninguém é irmão amado
Nem vai morrer por você
Palavras somem no vento
Nada se pode fazer.
A vida é mesma engraçada,
Quase tudo vale nada
Sem nada pra oferecer.