Não tem muita lógica
ele viver de varanda,
e ela só de passeios,
a passsos largos,
na roda de meus anseios.
E tenho estória
prá dizer!
E tenho retórica!
Fica inquieto porque
não é homem de rodeios,
é fincado e aprendiz,
é atiço e alheio.
Nunca se junta a dois arreios!
Mas não fica bem
ele costurar meias,
enquanto o coração
lampeja como tochas brasivas e
aladas,
nas mãos de vários
arqueiros.
Ele é simples e só cativo,
só tem falta de lógica:
se ela pende prá um lado
vivo ele, pende pro mesmo.
Alguns dizem que não,
não posso dizer assim,
mas faço de aguardente
em punho!
Afinal aquela mulher é dele
e a retém, seguro, até com unhas
até bem rentes!
Se é dele,
foi feita de argila e meio-barro,
sem cimento,
há bem de dizer,
mulher feita de homem
homem feito de mulher!
Mistura quente e esquisita
coloca a cidade e polvorosa.
Afinal Manoel se chama Maria
Maria atende por Manuel.
Se não é assim
parecido é.
Contam lá na cidade.
Joaquim se apaixonou
por Maria;
Maria, degonsa,
se quis pelo Alfredo.
Deu confusão, muita confusão,
naquela pequena vila do interior.
Mas a natureza é meiosa e faz assim:
Um por um
todos por um -
igual aos Mosqueteiros!
Sou todo seu seu!
Você é todo meu !
E quem vai tirar
da cabeça deles
que só existe uma cabeça?