Se não me falha a memória
TOMÉ... Quis ver para crer
Mirar com seu olho herege
Na chaga o dedo meter
Tanta grandeza infinita
Não cabe em mente maldita
Isso é duro e de Doer...
"Crer ou não-crer" é o que digo
E essa não é a questão
Mas o disparate é feito
Na contenda da agressão
Tantos ares de nobreza
Mas no verbo é uma pobreza
Carece de uma lição!
VAGALUME olha a ESTRELA
E deve dizer assim:
!Mas que luzinha atrevida
E ainda pisca pra mim!"
Mas a Estrela exuberante
Olha o inseto um instante
Pensando ser ela enfim...
É fácil jogar o anzol
Fazendo a isca buscar
Onde o pescado já foi
No barco à beira do mar
E tirar fotografia
Com peixe da peixaria
Pra otário enganar!
Há discurso tão absurdo
Cujo fim está pelo meio
E o começo é preâmbulo
Como no burro o arreio
E diz tanta barafunda
Não distingue "cu" de "bunda"
Nem na burrice dá freio!
Conheço um tal Jurupico
Que escreve tanta besteira
Quem lê fica empestiado
A pensar que é brincadeira
Então eu disfarço e rio
Coisa de dar calafrio
Acode o "Pico" ó Bandeira!
Já dizia meu avô
Que brasileiro é malandro
Mais prefiro a malandragem
Do que pose de escafandro
Tendo vício de linguagem
Só pensa na sacanagem
Com sentimento nefando!
