Grito ao princípio E ao meio Para que tenhas Bom fim... Mas tenho Certo receio Que chegues Antes de mim!... Cravolindo Espanto
UM-DE-MAIO... ENQUANTO SOBES... EU CAIO!... 
Um sindicalista modelar... Acusado de se abotoar... E muito bem!...
Hoje é dia do trabalho Ou quiçá da ironia... Carta fora do baralho De um dia que é sempre dia! Um-de-Maio... Que mania... Que estulta proclamação... Desta esperteza vazia Quem seria o espertalhão? Tal qual religião Por via de outro atalho Sobre o mesmo malha o malho Evangelho a evangelho E prega o padre vermelho Hoje é dia do trabalho. Reunido o paspalho Sai também a procissão E em fila sem tresmalho À roda os parvos lá vão Pela vida... Pelo pão... Grita lá na frente o guia Punho ao alto... Que alegria Uníssona a rusga entoa Pelo pão da gente boa Ou quiçá da ironia... Uma velhinha desfia Conta a conta seu rosário Padre-nosso... Avé-Maria Pelo filho um operário Que se deu por voluntário Em gracioso trabalho Para trepar pelo galho E desfraldar a bandeira... Caíu... Com a bebedeira... Carta fora do baralho. Ah... Fúrias do enxovalho Megeras de tão má fé Palavras do abandalho Mocreias ou lá quem é Aqui vate... Bato o pé Firme à vil hipocrisia Inversa da hombridade Que há-de ser a liberdade De um dia que é sempre dia! Torre da Guia
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