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Cordel-->6. A OBRA DE JESUS -- 05/05/2003 - 08:36 (wladimir olivier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

Conheceu Jesus, um dia,
O bom valor da poesia
E se pôs a divagar:
— “Como o povo evoluiria,
Com os sons da melodia,
Sob a Lua, junto ao mar!”

Mas pensou também que a vida
É campo de luta ardida,
No combate contra o erro,
Que existe quem tenha medo,
Quem do mal guarde segredo,
Quem curta triste desterro.

— “Não haverá salvação,
Se a tal lei de talião
Continuar vigorando.
Vamos dar a cada irmão
Clara idéia do perdão,
Como bem admirando.”

Deu as costas ao deserto,
Que se estendia ali perto
Até se perder de vista,
E seguiu, rumo à cidade,
Pensando que a caridade
Era virtude benquista.

Fez os cegos enxergarem,
Entrevados se aprumarem.
Ressuscitou alguns mortos.
Era seu objetivo
Que quem estivesse vivo
Divisasse novos portos.

Até hoje se exercita
Quem o evangelho recita.
A enxergar quem era cego,
A se aprumar o entrevado,
A volver reencarnado
Quem disser: — “Ao bem me entrego!”

— “Acreditar em milagres?
Nem mesmo que te consagres
De corpo e alma ao trabalho.
O que consta no Evangelho
É aquele recurso velho,
Como o blefe do baralho.

— “Jesus não curou ninguém,
Nem ressuscitou também:
Isso tudo é figurado.
Quem compôs as escrituras
Foram hábeis criaturas.
Eu não serei enganado!”

Pois, se tudo é só imagem,
Acredite na mensagem
Da Boa Nova de luz.
Abra os olhos para o amor,
Caminhe com destemor,
Ressuscite com Jesus.

Acredite que a poesia,
Se pudesse, lhe daria
Completa felicidade.
Mas, com nossos pobres versos,
Nestes sons rudes, perversos,
Entusiasmar-se quem há-de?

Jesus ama com ternura
Quem mantenha a alma pura,
E prossegue a divagar:
— “Como o povo evoluiria,
Ao recitar a poesia,
Contemplando Lua e mar!”

Dando as costas ao deserto,
Faça o bem e esteja certo
De receber galardão,
Mas, sem pensamento tosco,
P ra que não caia no enrosco
De dizer ao Mestre: — “Não!”

Faça dos irmãos a rima
Com que Jesus nos estima,
Na melodia do amor,
E, no tema da ciência,
Faça versos com freqüência,
Para alcançar seu valor.

Instrução e caridade:
É como Kardec invade
A praia em que divagamos.
Mas o bom Espiritismo
Exige-nos pragmatismo:
— “Quer bons frutos? Pode os ramos!”

—“ Mas eu não tenho certeza
De que a chama esteja acesa,
Quando o dia escurecer.
Se não gozar nesta vida,
Quem garante que há saída
Para depois que eu morrer?”

— “Como saber de outros portos?”
Perguntando aos que estão mortos:
Cá viemos para isso.
Não faça essa cara pasma.
Quem lhe fala é um fantasma
Que assumiu tal compromisso.

— “Quem apagou minha vela?”
— “Quem fechou minha janela?”
— “Quem me prendeu cá no Hades?”
São perguntas dessa gente
Que aqui chegou descontente,
Da matéria com saudades.

Que se cumpra o bom dever,
P ra se evitar o sofrer,
Que a consciência sempre acusa
Quem deteve a informação
E seguiu dizendo “não”:
Quem conhece não abusa.



Aqui se encerra o expediente,
Estando o povo contente
Com a poesia que fez.
Estabelecida a quota,
Boa postura se adota,
Para voltar outra vez.

Agradecendo ao Senhor,
Pomo-nos ao seu dispor,
Para as orações de praxe.
Mas não caiamos no abismo
De rezar sem otimismo.
Sendo assim, jamais relaxe.

Senhor, aceitai o povo
Que se atreve aqui de novo
A vos implorar perdão
Pelos versos tão sem graça,
Pela sensação que passa
De ócio a malversação.

Despertai o nosso amigo,
Para evitar o perigo
De se sentir superior.
Humildade é desafio
Que nos exige mais brio,
Estejamos onde for.

Abençoai ao que sofre,
A todos abri o cofre
Das infinitas benesses.
Aceitai a pobre reza,
Que é o que a turma aqui mais preza,
Nas primícias destas messes.

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