Alegre festa dos anjos,
planejamento arriscado,
não vale sarapatel
e tem que existir melado.
São Pedro,apoiado na porta,
com ar de desconfiado,
avisa que sem convite,
não entra no amontoado
nem santo de grande cura,
nem passarinho amuado,
pois há de exigir serviço
dos mil soldadinhos alados.
São Jorge, que vem da Lua,
querendo dançar um bocado,
vai deixar de timidez
e um forró puxar rasgado.
O dragão não vai trazer,
pode haver desavisado,
que queira puxar seu rabo,
deixando o bichão zangado.
Pois que o Anjo Gabriel
-imagine que engraçado!
vai esconder as trombetas,
visto já estar enjoado.
Cansado da eternidade,
com harpas em toda parte,
quer dessa vez som alegre
e já deu um xeque-mate,
exige Luiz Gonzaga
e presenças do cordel,
entre os grandes convidados
dessa festa que é no céu.