Bem Revindo Mestre EGÍDIO: 
Escrevo-lhe envolvido nas cores de "Portus Calle", minha terra, minha cidade, meu todo inteiro e meu Norte em qualquer Sul. Escrevo palavras que me brotam do cérebro espontaneamente, mas confesso-lhe que algo de ázimo delas me sobem e desconfortam a garganta. O Mestre sabe porquê... A paz, a concórdia, a plenitude de estar bem connosco - permita aqui este... Arre! - são efeitos íntimos que nunca se reunem totais. Há sempre algo que paira, nos contorna, nos adensa o espírito. Por consequência a satisfação em consciente não tem o dom da tranquilidade dos anjos. Enfim... É assim... Não sei se a culpa é minha ou é da vida. Nem nisso quero pensar mas... O inevitável que pesa na alma está lá. Tem algo de indizível que as palavras não vertem o bastante para esplanar. Bem revindo, Mestre Egídio. De resto creia, sob a invisível abóboda da Usina, a sua presença esteve sempre aqui, aqui na nossa catedral das palavras, dos versos, das rimas, dos arroubos do coração e da alma. A Usina e os Usineiros, pelo menos os que bem conhecem as galerias e os meandros desta livre universidade pensante, estarão decerto também emocionados. Sabemos que as dilectas afeições da escrita ficam de queixo mais levantado e orgulhoso. Com um bem sentido abraço, Mestre, finalizo com uma quadra concebida nos anos 60, que neste momento é só para mim. Tudo merece desculpa Com verdade e boa fé... Afinal ninguém tem culpa De ser aquilo que é. António Torre da Guia |