Salve, salve mestre Egídio!
Meu mestre amigo e irmão
Meu começo meio e fim
Minha tábua de salvação
A quem devo quase tudo,
Pois sou um cara sortudo
Por essa dádiva e benção.
Quem sempre me deu a mão
Me ensinou a fazer cordel
Antes eu era um rimador
Escrevendo coisa ao leu
Sem métrica, rima ou forma!
Fugindo de qualquer norma
Era um perfeito beréu.
Foi esse grande menestrel
Munido de paciência
Com muita boa vontade
E a sua benevolência
Mostrou-me esse caminho
Com tolerância e carinho
Seu exemplo de excelência.
Sem pressa ou insistência
Sem ao menos eu saber
Apresentou-me o cordel
E me mandou aprender
Quando menos percebi
Quase tudo eu aprendi
Só lhe vendo escrever.
Eu quero lhe agradecer
E também homenagear
Pelo seu ensinamento
Nunca vou poder pagar
Essas coisas não têm preço
Eu nem sei se te mereço
Desse bem participar.
Pois nessa arte popular
Mestre Egídio é o maior
Abençoado por Deus
Ele sempre foi o melhor,
Mas na sua modéstia
Não deixa o sol fazer réstia
Nem deixa água dá nó.
Não gosta de viver só
Divide tudo que tem
Não pode ver gente triste
Não se recusa a ninguém
Mestre Egidio é muito gente
Tá com ele tá contente
Pra ele dou nota cem.