Minha querida "Fessora",
Eu sei que peguei “pesado”
Comecei pegando leve,
Tive o esforço baldado,
Pois rápido pude ver
Que assim não iria obter
O efeito tão desejado.
Sinto-me realizado,
Mesmo sem lograr sucesso,
Pois algumas obsessões
Transforma-se em “abscesso”,
Não que o cara seja mau,
Nem tenha a cara de pau,
Mas tem bloqueio ao acesso.
Às vezes nem é perverso,
Nem é tão obliterado,
E embora tenha o “jeitão”
Também não é um “viado”,
É só mordaz e ferino
Por ver a vida se indo
Sem ter-se realizado.
É egocêntrico e frustrado,
Egoísta e ególatra,
Desgasta-se sem precisão,
E o próprio ego maltrata
Pois superdimensiona
O que não equaciona,
Detrata mas não retrata,
Quer que a vida lhe bata,
Talvez seja masoquista,
Se não for, tenho certeza
Que é um imenso egoísta,
Satisfaz-lhe a ilusão
Que é um homem “durão”
Mas age qual um autista.
Grande é o espaço que dista
Entre o que É, e quer ser,
Porque evidentemente
Só gosta de aparecer,
E a contragosto digo,
Jamais terá um amigo
Verdadeiro, pode crer.
Digo que gostei de ler
Sua “carta de intenção”
E lembro-lhe a palavra
Nada vale sem a ação,
Deixe o problema aventado,
E siga o enunciado
Sem mudar de direção.