Já faz muitos, muitos anos
que se descobriram a erva
e a tradição se preserva
entre os homens serranos
coberto pelos seus panos
ponche, piucha e um chapéu
o mate parece um véu
quando fica bem verdinho
se tratando com carinho
você sente-se no céu.
Ao cevar um mate amargo
você pensa em sua vida
olha pra cuia querida
e toma dando-lhe um trago
ao mexer na bomba estrago
e perigo entupi-la
atrapalhando a fila
dos que querem ter também
o prazer que lhe convém
quando a erva se destila.
A água quase em fervura
aqueces vossa garganta
e o meu peito se agiganta
inundado de ternura
parece uma loucura
quando a erva é de primeira
você as vezes até cheira
o aroma lá dos pampa
e com sua boca, tampa
a bomba mui companheira.
O Mate é estradeiro
faz-se pra ti companhia
enche a alma de alegria
da vida do peão campeiro
que cevas o dia inteiro
o amigo chimarrão
passando de mão em mão
a cuia d"água preenchida
pra manter sempre com vida
o costume e a tradição.