Alice muito moderna
ingeria comprimidos
Depois ficava bem louca
até perdia os sentidos
Na floresta amazônica
Gritava ficava afônica
buscando seres perdidos.
Correndo atrás dum coelho
Que vivia sempre atrasado
levando o seu relógio
Sem local determinado
Alice era alucinada
Com a mente perturbada
Não discernia mais nada.
Entrou no oco da árvore
Viu um mundo diferente
Seguiu o coelho apressado
Numa floresta aparente
Ouvia que lhe chamava
Para todo lado olhava
Não via sinal de gente.
Mil cores na sua mente
Virou um gato listrado
Bichano psicodélico
Tinha voz e não miado
Sem cabeça era incrível
Sem rabo tava invisível,
Gato louco e engraçado.
Alice e a mata de sonho
Seguindo aquele coelho
Comendo um cogumelo
Sua vida era no espelho
Com doidos bebia chá
Um maluco a fez tomar
Alucinógeno vermelho.
Ali rolou bacanal
Tinha outro convidado
Depois do chá à loucura
Ninguém ficava abalado
Tudo era vivo e falava
A menina aproveitava
Se divertindo um bocado.
Não encontrava a saída
Ninguém do lugar dizia
Se comia cogumelo
Todo seu corpo crescia
Tonta e desorientada
Lágrimas eram enxurrada
Toda a terra ela enchia.
A coisa era esquisita
Deram-lhe outra bolinha
Ingerindo aquela coisa
Ela ficou miudinha
Nas lagrimas se afogou
Pela fechadura entrou
Voltou ao normal sozinha.
Ao passear pelo bosque
Foi cercada por soldados
Eram cartas de baralho
Dos reinos imaginados
sua ajuda era aguardada
Ou cabeça era cortada
Na maçã verde encontrada.
A rainha queria vermelha
Ou cabeças iam rolar
Alice teve uma idéia
Maçã verde foi pintar
para enganar a rainha
Ao salvar toda cartinha
Elas ficaram a cantar.
Mas a rainha era esperta
Percebeu tudo pintado
Bradou logo aos quatro ventos
Que alguém seria acusado
Sua cabeça iria cortar
Logo depois de julgar
Quem já tava condenado.
Soldados acovardados
E Alice foi acusada
A rainha mandou prender
já como uma condenada
Cortaria o seu pescoço
Pra isso faria um esforço
Que ninguém fizesse nada.
Alice pegou o cogumelo
E um pedaço ela comeu
deixou o reino espantado
De repente ela cresceu
A rainha apavorada
Disse: - Cê tá perdoada
E do delito esqueceu.
Entre a rainha e Alice
Um jogo ali foi marcado
De tênis entre as duas
Num local determinado
A raquete era um flamingo
foi num dia de domingo
Quesse jogo foi jogado.
Sem saber jogar tênis
Alice o jogo ganhou
A rainha ficou louca
Da vitória não gostou
A menina mandou matar
Alice correu de lá
Da loucura se mandou.
Logo que passou o efeito
Ela não lembrava nada
Só lembrava da viagem
Que voltou toda rasgada
Na boca tinha um amargor
No corpo muito calor
Sentia uma fome danada.
