Olha aqui cabra da peste
Veja se toma tua linha
Fica feito uma galinha
Tipo angola do nordeste
Uma penosa do agreste
Vou te fazer de guisado
Quem sabe faço um assado
Duma rifa vai ser prenda
Depois vai vê se te emenda
Ou vai sofrer um bocado.
Se me deixar invocado
Vou te por no caldeirão
De ti vou fazer pirão
Você vai ficar inchado
Com o corpo deformado
De medo cê vai feder
E nada mais vai dizer
Chorando pede pinico
Com essa cara de mico
De tanto a dor sofrer.
E nunca mais quer me ver
Nem querer ouvir meu nome
Podendo até passar fome
Diante do meu poder
Você vai querer correr
Ou ficará oprimido
De mim viver escondido
Como sempre derrotado
Triste e mei acabrunhado
Com seu orgulho ferido.
No cordel será engolido
Feito uma azeitona
Chorar c’a cara na lona
Levar tapa no ouvido
Vai cair só com o zunido
Depois em ti vou montar
No prado vou cavalgar
Com meu chicote na mão
Mete-lhe espora no vão
Quero ver cê relinchar.
Enquanto vou gargalhar
Vendo o teu sofrimento
Te trato feito um jumento
Vou fazer você chorar
Mode você me tratar
Com o melhor de direito
Me tendo maior respeito
Ou vai apanhar demais
Abra seu olho rapaz
Senão no teu couro deito.