CENA DE CIÚMES E DISPUTA POR UMA JUMENTA, NA BR-110, QUASE GERA TRAGÉDIA...
Todos sabemos da admiração de Zé Matuto pelos animais. Ele é um ardoroso defensor da causa dos animais e participa da luta pela preservação das espécies. Já ganhou diversos prêmios e participa de reuniões, eventos, congressos; tudo enfim que diz respeito aos animais tem Zé Matuto como ardoroso defensor.
Zé Matuto não esconde de ninguém a simpatia pelo preá, foi com ele que tudo começou em sua vida e é ele o símbolo da sua campanha.
Também não faz segredo sobre a paixão, a veneração, o amor que nutre pela jumenta. Este assunto tem-lhe gerado calorosas discussões e polêmicas, inclusive teses e estudos, pois é um dos poucos casos de paixão, envolvimento carnal e sentimento forte entre o homem e o animal. Nélson Rodrigues e Freud precisariam estarem vivos para descreverem teses e contos sobre esta relação ainda em estudo e completamente desconhecida pela ciência.
Ele se envolve mesmo nesta relação, é um casão de incesto; só quem o conhece sabe do seu envolvimento com a jumenta. Seus olhos brilham, ele se delicia, vibra, muda de voz, fica maroto mesmo quando está na fase da paquera...assobia para ela, sorri, diz palavras carinhosas, gesticula, faz pose, desfila na frente dela, enfim é uma relação sado-sexo-masoquista; tem todo um enlace e um ritual, ele se veste especial para paquerar uma jumenta!
Recentemente Zé Matuto estava cevando “uma bichinha” - como diz ele carinhosamente-quando vê atravessar em sua frente um jumento velho. Ficou furioso, pois viu esta jumentinha nascer, acompanhou seu crescimento, se cercou de todos cuidados como o faz um namorado com sua garota especial. Seu sonho era deixa-la crescer mais, vê-la colocar mais corpo, aumentar mais suas ancas, deixar seus beiços aumentarem mais seus contornos e de volume, ficar mais enxiridinha...Ele fica em transe quando olha para aqueles beiços carnudos e ela retribui-lhe o olhar de soslaio, balança as orelhinhas e contorce a boquinha, balançando-lhe o rabinho, acenando-lhe para um coito. Ele se aproxima, ela dá uns pulinhos, levanta as orelhinhas em paralelo e corre de mansinho, como que dizendo: venha safada, estou esperando-o! Acreditem se quiserem, mas Zé diz que o beijo de uma jumenta é mais doce e mais puro que o de uma mulher. Ele morde-lhe os beiços todinho durante o ato de amor; durante a copulação, começa pelas carícias; ela lambe-lhe todo, baba-lhe e lembuza-lhe o rosto!
Já de paquera há dias com essa jumenta que viu crescer e ensaiou todo um ritual, sonhou todo um envolvimento, toda uma relação; de repente um velho jumento, seu rival, atravessa-lhe e quer tomar sua dianteira. Zé Matuto achou aquilo um desaforo e ele não levam desaforo para casa. Como poderia, depois de sonhar diversas noites em disvirginar aquela jumentinha, agora um jumento, um bicho, um animal, querer ser seu desmancha prazer? Vivia a observar os galanteios deste jumento e sempre que o via por perto o tangia, mas o destino foi cruel com Zé e até então ele tinha um juramento, pois sua jumentinha era-lhe fiel, quando o velho jumento chegava por perto, ela corria, desabava mundo a fora...
Foi em pleno mês de maio que Zé Matuto vinha na BR-110, noite de lua cheia, ele cheio de desejos e de repente viu aquela cena desagradável...Era como um homem que sai para trabalhar, chega em casa e encontra a mulher com outro homem na sua cama. Assim ele não agüentou, quando olhou, viu o jumento com as patas em cima dos ombros da sua jumentinha, fechou os olhos, não pensou duas vezes, apenas disse, seja o que Deus quiser, jogou o carro que vinha dirigindo por cima do casal traidor. Quase vira trajédia esta cena de ciúme em plena BR-110. Abandonou o carro, saiu a pé, triste, desorientado, emputecido, dizendo palavrões e chegou ao seu destino, aa Estação de Fluidos, comunicou o ocorrido, como o faz alguém quando comete um crime e se apresenta à autoridade competente. Este foi o ocorrido que tanta especulação e comentários gerou, quase deu manchete de jornal, não fosse devidamente pormenorizado...