O metrô nos 450 anos de São Paulo, e o bairro do Brás.
Autor: Daniel Fiúza
10/07/2003
I
No ano de dois mil e quatro
Um grande evento haverá
São Paulo a capital
Feliz vai comemorar
Quatro séculos e meio
Nessa bela data eu creio
O povo vai festejar.
II
Nada poderá faltar
Na festa de aniversário
Uma queima de fogos
E um bolo centenário
Nessa grande ocasião
O povo quatrocentão
Marcará no calendário.
III
Anchieta o visionário
E Nóbrega o empreiteiro
Fundaram essa cidade
Em vinte cinco de janeiro
Foram padres jesuítas
Com suas forças benditas
Nesse torrão brasileiro.
IV
Foi num Lugar altaneiro
Entre o rio Anhababaú
E o Tamanduateí
bem seguro pra chuchu
Planalto Piratininga
Onde São Paulo vinga
Luz do cruzeiro do sul.
V
Naquele céu tão azul
Toda e qualquer moradia
Era feita só de taipa
Que perto dali surgia
Assim São Paulo cresceu
E o emigrante apareceu
Chegando lá todo dia.
VI
Nessa nova freguesia
Que logo virou cidade
Com gente de todo mundo
Nessa emigração invade,
Mas quem mudou o destino
Foi o povo nordestino
Que trabalhou de verdade.
VII
Sem nenhuma vaidade
Ajudando a construir
Essa São Paulo moderna
Depois ficaram aqui
Essa gente do nordeste
Pessoas rudes do agreste
Que vieram para servir.
VIII
De Pernambuco ou Piauí
Do Rio Grande do Norte
Da Paraíba ou Ceará
Da Bahia atrás da sorte
Sergipe e do Maranhão
Das Alagoas e sertão
Fugindo da seca e morte.
IX
Um pessoal muito forte
No aniversário presente
Faz parte dessa história
Nordestino é nossa gente
Podendo comemorar,
Pois chegou para ficar
E deixar seu descendente.
X
Trabalha sempre contente
O bom cabrito não berra
O nordestino imigrante
Aqui sua jornada encerra
No aniversário da cidade
Mesmo sentindo saudade
Sua força nunca emperra.
XI
Mesmo longe da sua terra
Tá feliz comemorando
Quatro séculos e meio
Que São Paulo tá passando
A cidade lhe acolheu
O nordestino escolheu
Essa metrópole amando.
XII
O progresso foi chegando
E mais nordestinos vindo
Pra trabalhar por São Paulo
E seus filhos se instruindo
Integram-se à sociedade
Dão parabéns à cidade
Pelo aniversário lindo.
XIII
A população subindo
Com muita intensidade
Os bairros cresceram muito
Precisou de qualidade
Para transporte de massa
Pra levar de praça em praça
Todo o povo da cidade.
XIV
Surgiu uma novidade
Que esse problema sana
Um transporte sobre trilho
Coisa nova e bacana
O povo logo aprovou
O transporte de metrô
Na capital paulistana.
XV
Essa integração humana
Vai facilitando à vida
Do nosso trabalhador
Que segue, ou volta da lida!
De estação em estação
Levando a população
Na rapidez pretendida.
XVI
Uma estação escolhida
Pra ser homenageada
Reduto de nordestino
Que foi toda reformada
Nas estruturas gerais
Foi a estação do Brás
Recém reinaugurada.
XVII
A estação determinada
Com a Roosevelt se juntou
Formando uma só estação
Numa bela art-decó
Na forma da letra “U”
Como o casco do tatu,
Maravilhosa ficou.
XVIII
Bela estação de metrô
Que já foi rodoviária
Hoje é só para os trens
Apesar de centenária
Cem mil pessoas por dia
Passam lá com alegria
Numa viajem solidária.
IXX
Não tem gente solitária
Diante dessa multidão
Pro trabalho ou passeando
Quem for nessa estação
Ficará bem deslumbrado
Cativo e apaixonado
Sentindo muita emoção.
XX
Nosso metrô sensação
Já tem trinta e cinco anos
E lá do Brás quer chegar
Perto dos aeroplanos
Cá infraero tem um projeto
De ir pro aeroporto direto
Já faz parte dos seus planos.
XXI
Trens metropolitanos
Nossa melhor solução
Para levar as pessoas
Em qualquer situação,
Pois tira os carros da rua
Com muita presteza atua
Servindo a população.
XXII
O metrô é a integração
Facilita nossa lida
Economiza seu tempo
Desengarrafa a avenida
Diminui a poluição
Acaba com a tensão
Dá qualidade de vida.
XXIII
Uma pessoa decidida
De metrô vai trabalhar
Vai perder menos tempo
E o seu bolso vai gostar
Não vai ficar estressado
Deixa seu carro guardado
Só tira pra passear.
XXIV
Depois de tudo integrar
O metrô, ônibus e trem
Fazendo essa grande rede
Que para o povo convém
Pessoa que mora distante
Chega logo num instante
Transporte pra todos tem.
XXV
Nas quatro linhas, porém!
Cinqüenta e duas estações
Cinqüenta e sete quilometro,
E seiscentos metros de ações
Com presteza e qualidade
A cada dia na cidade
Conduz quase três milhões.
XXVI
Fazendo suas adoções
O Brás abriga emigrante,
Mas o povo nordestino
É muito mais atuante
Adotou o bairro do Brás
Cada dia chega mais
E o bairro fica importante.
XXVII
Movimento delirante
No comércio especial
Tudo muito baratinho
Numa gritaria geral
Vendem de tudo no Brás
Pra mulher, velho ou rapaz!
E pra criança é normal.
XXVIII
No Brás tudo é legal
Tem comidas do nordeste
Tem cantador de cordel
Que no seu repente investe
Tem ervas medicinais
Com curas sensacionais
Para provar faça um teste.
IXX
Vem gente do sul e leste
E da América Latina
Somente pra comprar roupa
Esse comércio domina
Tem sacoleira a valer
Que compra pra revender!
No progresso que germina.
XXX
Isso nunca que termina!
Chegaram os coreanos,
E lá também têm judeus
Japonês e italianos
O bairro só faz crescer
Quem duvidar vá lá vê
Falta só americanos.
XXXI
Faça logo os seus planos
Para visitar o Brás
Vá comer Jabá assado
E aprender como se faz
Acompanha mandioca
Com farofa de paçoca
Queijos e muito mais.
XXXII
Artesanatos legais
Na estação do metrô
Que foi toda reformada
O local ficou um amor
Não deixe de visitar
Garanto cê vai gostar
Desse bairro de valor.