Grande Daudeth Bandeira,
Se a memória não me trai,
Foste colega de pai,
Vate da mesma fileira.
Nessa época pioneira
Eu ainda era um pivete
Mas me lembro da maquete
Do Templo da Poesia,
Por isso digo, hoje em dia,
Segure a rima, Daudeth!
Irmão de Pedro Bandeira,
"O Príncipe dos Cantadores",
Pendão de muitos valores
Da profissão violeira.
Exercendo outra carreira
Prossegues no mesmo escrete,
Sendo sempre uma manchete
Da poesia rimada,
Do tribunal à latada
Segure a rima, Daudeth!
O meu pai José Vicente,
Um dos grandes violeiros,
Tem oitenta e dois janeiros
Hoje nem canta pra gente.
Mas se a musa está presente
Abraça a sua Olivetti
Já glosa um mote de sete
Mesmo sem som de viola
A poesia decola,
Segure a rima, Daudeth!
Vaqueiro, segure o gado!
Professor, segure o giz!
Padre, segure a matriz!
Segure o fuzil, soldado!
Moça, segure o amado!
Feirante, segure o frete!
Guga, segure a raquete!
Goleiro, segure a bola!
Vate, segure a viola!
Segure a rima, Daudeth!!!