Macaquito mais que mico
Tá no mato sem cachorro
É melhor pedir socorro
Tá na sinuca de bico
Vai levar no furico
Não tem como se safar
Eu logo vou te esfolar
Vou tirar o couro teu
Com quem você se meteu
vai morrer de apanhar.
Vou chutar o teu culhão
Vou te fazer de eunuco
Você vai ficar maluco
E vai comer cansanção
Piado de pé e mão
Encango-te um cassuá
Carregado de jabá
Cê é jegue que gemeu
Com quem você se meteu
vai morrer de apanhar.
Quer que eu faça com você
Como fiz c’a mãe do cão
Meti a espora no vão
Quando montei pra valer
Você pode se esconder
Eu logo vou te encontrar
De medo cê vai cagar
A tua vida já fedeu
Com quem você se meteu
Vai morrer de apanhar.
Cara que me desafia
Apanha que nem jumento
Padece no sofrimento
Sofre a pena todo dia
Na dor que a mulher paria
Sofrendo vai desmaiar
Se chiar vai piorar
Pois o couro já comeu
Com quem você se meteu
Vai morrer de apanhar.
Desista enquanto pode
E saia bem caladinho
Tenho dó de viadinho
Você aqui só se fode
Ponha o dedo lá, e rode
Aqui é lugar pra macho
Não é seu caso, eu acho
Se é que cê me entendeu
Com quem você se meteu
Vai morrer de apanhar.
Ainda não to zangado
Se me zango sai de perto
Tua garganta eu aperto
Deixo-te desenganado
Quase morto, derrotado!
Se insistir vai se lascar
Na vara vai se estrepar,
afirmo, cê já morreu!
Com quem você se meteu
Vai morrer de apanhar.
Quem procura sempre acha
Aquilo que não procura
Buraco de tanajura
Assando a beira da racha
Numa macumba despacha
Galinha com vatapá
Mode tentar escapar
Da pisa que prometeu
Com quem você se meteu
Vai morrer de apanhar.
Formiga vai se perder
Assim que criar sua asa
Perder o rumo de casa
Vai ficar sem entender
O que se deve fazer
Macaquito vai gritar
Sem poder nem reclamar
O tanto que já sofreu
Com quem você se meteu
Vai morrer de apanhar.
Sentir chicote no lombo
Na ferida vai salmoura
Esfregando com vassoura
Aumentando esse rombo
Cada grito é um tombo
Cada choro um penar
Nem reza vai te salvar
Do jucá que te desceu
Com quem você se meteu
Vai morrer de apanhar.
Macaquito sangue fede?
Se feder cê tá ferido!
Na calça bolo fedido
Muita clemência cê pede
Na covardia se mede
De joelho a implorar
Um jeito de se safar
De tudo se arrependeu
Com quem você se meteu
Vai morrer de apanhar.