Moleque vá se criar
tirar catinga do mijo
muito respeito exijo
Cê num passa dum piá
Passivo de apanhar
Age feito um bruguelo
Ao me ver fica amarelo
Morre de medo de mim
Pra bater em curumim
Só preciso dum chinelo.
Com criança arengueira
Nem gosto de me meter
Não uso o meu poder,
Acho tudo brincadeira
Continuar é besteira
Nisso eu bato o martelo
Pego a vara de marmelo
Esfrego no teu fussim
Pra bater em curumim
Só preciso dum chinelo.
Menino e tostão furado
Para mim não tem valor
Quebra feito bibelô
Num tapa tá acabado
Ele já vem derrotado
Num grito eu o congelo
Depois seu couro eu pelo
Do resto faço pudim
Pra bater em curumim
Só preciso dum chinelo.
Quem ainda veste fralda
E nem largou a chupeta
Anda mamando na teta
E sua infância desfralda
Na cama deixa uma calda
Chora se eu mal lhe relo
Nem chega a ser um bitelo
So pensa em comer capim
Pra bater em curumim
Só preciso dum chinelo.
Todo garoto metido
É um terneiro mamão
Nem aprendeu a lição
E tenta ser atrevido
Toma tapa no ouvido
Se de repente apelo
Ponho bridão, depois selo
Pra ele fica ruim
Pra bater em curumim
Só preciso dum chinelo.
Quem se mete no assunto
Onde não foi chamado
Pode sair chamuscado
Ou mesmo virar defunto
Cheirando como presunto
No rabecão eu atrelo
Garanto não fica belo
Quando chegar o seu fim
Pra bater em curumim
Só preciso dum chinelo.