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Do Infante fiel e escudeiro De Gil Eanes sou eu o actor Audaz e experiente marinheiro Que sem saber dobrou o Bojador!...
Em nome de El-Rei sábio Senhor Pai e Mestre da Ínclita Geração Se lê na História da Nação Que foi seu sublime redentor De oito filhos também progenitor Além de Dom Duarte seu herdeiro Teve Henrique o principal mentor Das naus que por obra e dever Baptizei de Usina para ser Do Infante fiel e escudeiro
De Leiria se diz o bom madeiro Que El-Rei Dom Dinis fez plantar Quiçá longe no acto de sonhar Terá sido o que sonhou primeiro O mar... A terra e o céu inteiro Nas naus virtuais houve primor Como eu à Usina por amor A Arder quis fosse a caravela E me nomear de fé e só por ela De Gil Eanes verdadeiro actor
Triste restarei... Mas sem rancor Nas vagas florais do preconceito Encostado a doer entrego o peito Ao Fado que abranda minha dor E não será nenhum Adamastor Que virá de novo e zombeteiro Reiludir a vista de um gajeiro Que na treva das letras sabe ver Quem é com beleza a escrever Audaz e experiente marinheiro
Não valerá gastar mais do tinteiro Aquém do Grande Vate e sua pena Que bem a segurou de mão serena Nem do porão fazer um galinheiro Das misérias vãs e com mau cheiro... Vale sim cantar do chão novo louvor Que erguerá em nós o esplendor De sermos neste mundo mais e mais E não como actor mais um dos tais Que sem saber dobrou o Bojador!