PREDADOR DE SI (*)
Daudeth Bandeira, em 09/08/2004
Clorato, sódio e ferrugem,
da fábrica de herbicida,
escapam sorvendo a vida,
de grama, mato e babugem,
não se vê mais a penugem
da carapuça escarlate
dum cardeal que desate
o seu cantar de beleza.
Nosso mal à natureza
sobre nós mesmos se abate.
Somos responsáveis pelas
obras megalomaníacas;
as áreas paradisíacas,
deveríamos mantê-las
intactas como as estrelas,
firmes como a zigurate,
não derrube, não desmate,
conserve a sua inteireza.
Nosso mal à natureza
sobre nós mesmos se abate.
(*) Tema desenvolvido com base no
Mote do ilustre poeta Mário Roberto Guimarães.