existe o mão de vaca
que peca pela avareza
Guarda quando tem fome
Não vê no mundo beleza
morrendo a fortuna fica
Deixa a família bem rica
para gastar sua riqueza.
Vivendo só na tristeza
O avarento e solitário
Na sua opção de miséria
Da mesquinhez sectário
Poupa o que não convém
Nunca dá nada a ninguém
Nem mesmo o necessário.
Guarda tudo no armário
Na chave e no cadeado
Esconde tudo do mundo
Tudo dele é bem guardado
No pão-durismo vivendo
Seu ouro vai escondendo
Sem nem seque ser usado.
Por todos é desprezado
Cauíla sem coração,
Pois chega a ser evitado
Ninguém pega na sua mão
Com seu olhar avarento
Causando constrangimento
Qualquer cumprimento é vão.
Na triste situação
Qu’esse coitado destina
Sonega todo o conforto
Nada começa ou termina
Nem pra ele dá conforto
Muitos querem vê-lo morto
Sem pena desse sovina.
Pessoas com essa sina
De ter muito sem gastar
Guardando só para si
E pra ninguém nunca dar
Com a riqueza agarrado
Guardando dissimulado
Pensando apenas ganhar.
Vai estar sempre a pecar
Padecendo pra morrer
Tão agregado aos bens
Deles não quer desfazer
Sofre nessa condição
Penando na solidão
Só pelos bens quer viver.