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Cordel-->Meninos de Rua- cordel -- 22/10/2005 - 03:16 (Alkiria Xavier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Meninos de Rua
Esmeralda Batista- ( cordelista do Ceará

O mundo dá muitas voltas
E volta e meia nos dá
Uns podem ser muito ricos
Outros de lá para cá
Não têm nada pra comer
E vivem ao Deus dará.

Assim é em toda terra
No sertão ou na cidade
Você conhece o amor
Desventura ou falsidade
Sua mesa é farta por certo
Outros sem pão e felicidade.

Vamos falar de meninos
Crianças que vivem na rua
Mendigando o pão do dia
A caridade que é sua
Esperando um pouco de amor
Olhando pro céu e pra lua.

Do menino que falo agora
É menino cá do sertão
Da terra do povo pobre
Que merece compaixão
Que anda é inocente
E espera por mutirão.

A inocência perde
Tão fácil se há miséria
A beleza de cada alma
Cai com a fome que impera
Você só brilha e é valente
Se juntar o espírito à matéria.

Quando ando pelas ruas
Às vezes fico a pensar
Como a vida é desigual
E me deparo a olhar
Vendo uma criança com fome
Suja, maltrapilha, a chorar.

Chora também a minha alma
Meu pensamento que voa
Vai direto ao criador
Com pesar um grito entoa
Clemência pra aquela criança
Aos pés do meu Deus ressoa.

Criança no meio da rua
Criança sem lar e se berço
Menino de rua sem sorte
Sem casa vivendo num beco
Desses meninos há muitos
Muito mais que dois terços.

Dois terços de pobres coitados
Jogados à sorte e na vida
Precisamos mudar isto
Tira-los da rua é a medida
Correta para nós cristãos
Este é o remédio e saída

Deixa-los abandonados
Nas ruas do nosso país
Sem escolas e sem lares
Isto é um viver infeliz
Juntemos as nossas forças
Nós, autoridades, ou juiz

Meninos de rua, coitados!
Muitos sem pais, pode crer
Se estão vivos, mas não contam
Se morreram é padecer
Para as crianças que ficam
Isto é mais que sofrer.

Alguns até têm os pais
Mas não sanem educar,
Pois, não tiveram também
A sorte de marajá
Sem dinheiro e sem comida
O que iriam ensinar?

Já foram crianças também
De tal vida amargurada
Vivendo num mundo louco
De drogas, brigas e nada
De conforto para o corpo,
Só miséria desalmada

Continuar assim não dá
Não é só por ser cristão
Cada um tem que pensar
Em fazer uma boa ação
Ajudando a quem não tem
Dá pra crianças sua mão

Sabemos que muita coisa
Já foi feita pro seu bem
Tirar das ruas os meninos
E as meninas também,
A tristeza que impera
Vai sumir para o além

Quando a criança não tem
Motivos para sonhar
Se queda de alma e corpo
No mundo que vai buscar
O que pensa que é correto
Vai no perigo afogar

Menino de olhos tristes
De roupa suja, rasgada
De barriga bem lá dentro
De uma vida açoitada
Vem pra luta, nãodesista
Tua sorte será mudada

Deus não quer teu infortúnio
Nem também teu padecer
Ele fez o mundo lindo
Para nós, podemos crer
A fartura é para todos
Não pra alguns, é pra valer

Ele espera que nós todos
Nos juntemos em mutirão
Sem deixar ficar na lama
Nem sequer pior ladrão
Quanto mais uma criança
Filho de Deus e de Adão

Não posso me conformar
Com a diferença na vida
Uma criança com sorte
Outra com alma em ferida,
Jogada no meio do tempo
Sem rumo, sem vinda nem ida

Criança é coisa tão bela
É como a rosa em botão
Devagar vai se abrindo
Com beleza e perfeição
Por que todos não te vamos
Segurar na tua mão?

Criança é tudo criança
Não devemos abandonar
Algo tem que ser feito
Vamos o seu grito escutar
Temos que dar um jeito
E correr pra te salvar

Criança de rua quisera
Que tu tivesse teu lar
Que tua vida em primavera
Com sinos a badalar
Se levasse só alegrias
Em vez do teu soluçar

Eu também estou chorando
Por te ver assim sozinha
Chorando no meu cordel
Por tua vida mesquinha
Ah! Quem me dera eu pudesse
Ser uma fada ou rainha

Ser uma fada ou rainha
Acabar com teu sofrer
Te dar sonhos de crianças
Pra esquecer teu padecer
Não andar pedindo esmolas
Isto é real pra se ver

Menino de rua eu quisera
Poder mudar tua vida
Dar-te colégio e lar,
Amor, paz e comida
O essencial sem riquezas
Esta é a boa medida

Menino de rua descalço
Em trapos, com fome a chorar
Se não chora o teu corpo
Ouço tua alma gritar
Tu menino, igual a todos
Mas menino sem um lar

Meu Deus! Meu Deus que horror!
No mundo há tantas crianças
Por que será que nem todas
Terão bonitas lembranças?
Da infância que tiveram
Uma vida sem bonança.

Tão magros, tão tristes meninos
Jogados na vida sem lar,
Nasceram em berço de espinhos
Com mesa sem caviar
Lutemos, pois, tua vida
Um dia vai melhorar

Menino anda criança
A luta será bem difícil
Mas juntando nossas preces
Ao teu cruel sacrifício
Ofertemos no altar
Nosso será este ofício

Para Deus eu te consagro
Da minha alma sai um grito
Uma prece para o alto
Do meu peito pro infnito
Tua vida mudará
E teu sofrer é proscrito

Menino não desanimes
Vá em frente e lutes bem
Deus certamente é contigo
E a Mãe de Jesus também
Um dia o sol nascerá
Pra todos os meninos amém.



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