Resumo pra lembrar (XIX)
A moringa também marca
experiências fortíssimas,
como a que açambarca
as sinapses mais finíssimas;
causam forte impressão,
como a primeira transa,
o primeiro “avião”,
sob a gameleira-mansa.
Dificilmente se vão
as fortes experiências,
mas a consolidação
pode ter suas ausências
em casos mais traumáticos,
quando se dá convulsão;
cortes que são automáticos,
conforme a duração:
se a dita ocorrer
imediata ao fato,
a lembrança vai morrer;
mas num caso correlato,
se ela demorar
a ocorrer na pessoa,
se esta se levantar
— nada na cuca ressoa —
a pessoa vai lembrar
da tal experiência,
porque vai consolidar
o fato na consciência.
Isso se explica certo
pela curta duração
da memória do esperto
que faz a repetição.
Quantas vezes repetir
uma qualquer ocorrência
devemos, pra reluzir
e guardar na consciência?
E o tempo necessário?
Pra fazer a transferência
dum peixinho de aquário
pra um mar de permanência,
da memória reduzida
pra de longa duração,
a coisa é repetida
até haver expansão.
Ao ato se habitua
quando há repetição,
o gesto se perpetua,
dá-se consolidação.
Das habilidades é
a memória alongada,
a informação de fé
fica sempre conservada.
É tendência natural
repetirmos qualquer dica,
a informação vital
da qual ninguém se abdica.
Quanto mais repetições
maior consolidação,
grandes catalogações
de boa informação.
Depois de certa demora,
o que é de importante
da vivência se decora,
cada vez mais agregante.
A gente se lembra bem mais
de maior informação,
estudada sem arrais,
com muita dedicação.
Um mecanismo também
de memória alongada
é a que processos tem
pra não se esquecer nada:
a memória progressiva
consolida, não de vez,
de forma repetitiva
vai guardando o que fez.
Ao que se habituou
jamais será esquecido,
o cérebro alterou
com o que foi repetido.
Ao digitar estes versos,
nem olho para teclado,
escrevo textos diversos
e nadinhas sai errado;
é memória adquirida
por meio repetitivo,
que quanto mais exercida
mais eu sou iterativo.
Informações retidas
na memória alongada
são aquelas repetidas,
de maneira planejada.
Pra fixar tabuada
e nunca mais esquecer,
a receita apurada
é só ler e escrever,
uma só vez repetir,
de cinco em cinco horas,
do acordar ao dormir,
por quatro dias, pra foras.
Tem que ser religioso
o intervalo das cinco;
dia de sol, ou chuvoso,
quatro dias com afinco.
Tal técnica também vale
para outras ladainhas,
mesmo que se intercale
orações de coroinhas.
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