Meu nome é mestre Egidio
Do juazeiro do norte,
Sei que não sou bom poeta
Que a rima não é meu forte,
Mais no meu estro confio
E a qualquer um desafio
Para um duelo de morte. Mestre Egidio
Meu nome é Daniel Fiúza
Também sou do Ceará
Da cidade de caucáia
Quero aprender a rimá
Com mestre no desafio
Eu vou me encher de brio
Como aprendiz vou tentá. Daniel Fiúza
Estou já lançando a sorte,
Quem quiser que se habilite,
Sei que aqui na usina
Reúne-se a toda elite
De poetas de cordel
Vou fazer o meu tropel
Espero vosso palpite. Mestre Egido
A sorte está lançada
E eu já me habilitei
Como poeta aprendiz
Se vou conseguir não sei
Mas vou fazer meu papel
Desafiado em cordel
No mínimo aprenderei. Daniel Fiúza
Podem escolher o tema
O mote ou o assunto
Mesmo sem habilidade
Eu tentarei chegar junto
Revido conforme o ataque
Se alguém achar que é craque
Venha, só ou em conjunto. Mestre Egidio
O tema será o Brasil
E sua dificuldade
Vamos falar de política
De tudo que for verdade
Vamos explorar o assunto
Pegar firme chegar junto
Sem dó nem temeridade. Daniel Fiúza
Este sistema de rima
É o cordel verdadeiro
Usado por cantadores
Do nordeste brasileiro,
Não é quadra ou redondilha,
Já saí marcando a trilha,
Que se apresente o primeiro. Mestre Egidio
Esse eu não conhecia
Gosto de fazer sextilha
Mas como eu te falei
To aprendendo a cartilha
Contigo aprenderei
Quem sabe um dia serei
Um cordelista que brilha. Daniel Fiúza
Vejam que são rimas brancas
A primeira e terceira
A segunda vai com a quarta
e também com a derradeira,
a sexta rima com a quinta
tudo de forma sucinta...
que ninguém faça besteira. Mestre Egidio
Eu não vou fazer besteira
Já entendi o recado
Essa forma é gostosa
Eu não vou ficar calado
Vou tentar ser um cordelista
Na melhor forma de artista
Pra ver se fico aprumado. Daniel Fiúza