Conterrâneo mestre Egídio
Da terra de meu padim
Que já é cobra criada
Um dia eu vou ser assim
Vamos falar aqui e agora
Não vamos murchar a bola
Quem quiser que ache ruim.
Não é só na minha terra
Que tem homem brigador
Também em terra de santo
Tem muito cabra de valor
Padre Cícero já dizia
Aquilo que tem valia
É um bom chiqueirador.
Sinto-me muito honrado
De contigo disputar
Sendo o primeiro da fila
Que na certa vai formar
Eu também sou um fã teu
Já li tudo que escreveu
Não paro de me encantar.
O Nosso imenso Brasil
Ta cheio de gente boa
A massa trabalhadora
É tudo boa pessoa
Se tirasse os ladrões
Iam sobrar os milhões
Pra galera ri à-toa.
Escuto desde menino
Que o Brasil vai melhorar
É plano em todo governo
Só para o povo pagar
Governo depois de Getúlio
Confesso só vi embrulho
E num param de roubar.
Lembra daqueles anões
Que ferraram o orçamento
Cabras sortudos danados
A loteria era o invento
Roubaram toda a nação
Não tiveram punição
Hoje é só um lamento.
Só tiraram o malvadeza
Porque a coisa veio à tona
Aquele painel do congresso
Era uma égua sem dona
O cabra estrebuchou
Mas o povo se vingou
E o Toninho foi pra lona.
Tinha uma teta gostosa
Que todo mundo mamava
Era a sudan no amazonas
Dinheiro nunca acabava
Acabaram com a festança
Sei que ali ninguém dança
Vai ser pizza noutra farra.
No nordeste o bicho pega
Ali nunca vai pra frente
Manda-se cem chega dez
E o povo pobre e doente
La tem seca todo ano
O povo entra pelo cano
Político fica contente.
Em são Paulo um prefeito
Queria achar petróleo
Milhões se foi e num achou
Nem sombra daquele óleo
Foram quinhentos milhões
Metade sem explicações
Foi de encher nossos olhos.
Eu vou parar por aqui
Deixo um pouco pra tu
Isso é apenas o começo
Vou rasgar de norte a sul
Denunciar essa gente
Mesmo que seja parente
Vai ser o maior sururu.