Tonico era pescador
De bagre e de traira,
De pial e de dourado,
E vivia falando o danado
Que pescava...
Mas não mentia!
Enquanto bebia cachaça
Contava que era o rei da tarrafa,
E também do arrastão!
De piranha não tinha medo,
A isca usada era seu dedo
A vara era seu braço,
Mergulhava e dava um abraço
No dourado pra tirar do rio!
Pulava n’água de madrugada
Sem medo da correnteza
E falava com toda certeza
Do peixe maior que pegou:
Doze quilos tinha a traira,
Que quando tirou do barco
Teve que matar com porrete
Mas deu para fazer moqueca
Pra servir um grande banquete!
Nesse instante seu compadre
Que passava por ali
Perguntou alto ao Tonico:
- Você já perdeu o medo
Pescador de lambari?