Obrigada mestre Silva
Filho de Deus e de gente,
Nesse teu canto entoado
Seguirei muito contente,
Lembrando que o passado
Um dia já foi presente.
E pra não deixar de lado
Parecendo prepotente,
Tentarei dar meu recado
Pra não ficar descontente.
Na irmandade da Usina
Como tu citaste bem,
A presença feminina
Tá avançando também.
Tu conheces Milazul
De verbo quente, afiado
Que dá banho de saber
Em muito cara barbado,
Mulher que sabe escrever
No capricho e com cuidado.
Lílian Maial tá sumida,
Mas não deixou seus leitores
Ela luta pela vida
No meio de outros doutores,
Maria da Graça Almeida
Cordelista de valor
Escreve verso bonito
É de invejar, sim senhor,
Deixa muito nêgo aflito,
Sonhando com seu amor.
A Ivone poetisa,
Que se assina Carvalho,
Adentrou e botou banca
Falando do aniversário
Da velha e bonita SAMPA,
Com data no calendário
Só precisa vir de novo
Pois cordel é como pão
E alimenta o povo
Que está de pires na mão.
Tem a menina Heleida
De nome italiano
Na disputa com a Eneida
De Virgilio o mantovano,
Que vem fazendo cordel
Do jeito napolitano.
Convido outra pessoa
que na roda queira entrar
Precisa provar que é boa
Pra no cordel pelejar.
E tem a Tere Penhabe,
Pelo nome é japonesa,
Gosta de fazer cordel
Escreve que uma beleza,
Ela mora em Campinas
E de lá dá seu recado,
Teve até quem defendesse
Seu trabalho plagiado,
Na defesa do interesse
Deve ser seu advogado.
Parafraseio o Benedito,
Se eu esqueci de alguma
Eu só quis fazer bonito
Nomeando uma a uma,
Perdoe-me companheira,
De ti falo noutro dia,
E nesta guerra de verso
Os homens têm primazia.
Pois em todo o universo
Eles nos dão alegria.
Silva Filho obrigada,
De ti vou me despedir,
‘Inda estou emocionada
E o choro vou engolir,
Talvez te encontre de novo,
Para versejar contigo
Pra dar alegria ao povo
E pra rever o amigo.
Um abraço carinhoso
Saudades levo comigo.
Hull de La Fuente
Brasília, 23 de fevereiro de 2007