Bom dia, ó meu cumpadi !
Acabei de lê ocê,
Nun arrisisto a vontadi
De logo arrespondê.
Cumadi Terê Peñabe
Devi de tá bem contente
De lê toda essa verdade
Falano do persidente.
Da muié primêra dama,
Ninguém sabe dela não
É figura apagada,
Nada é pra essa nação.
Se nun fossi pelos gasto
Que custa pru nosso bôrso
Ninguém falava seu nome
Ninguém lhe dava esse gosto.
O povo aqui do pranalto
Tem opinião formada,
Nun agüenta mais assarto,
Da parte dessa cambada.
Vevi isperano o momento
Da situação mudá,
Que o tempo passe correno
Preles daqui se mandá.
Mais isperança, cumpadi,
Nóis só tem no Criadô,
Nóis nun confia em home
Que nun tem nenhum valô,
Dessa pulitica sem nome
Dus que ingana eleitô,
Só gosta dela os borsista
Que nun é trabaiadô.
Cumpadi Pedrim Goltara,
Eu fiquei avermeiada
Iscuitei inté fanfarra,
Fiquei mermo incabulada.
Agradicida cumpadi,
É Cuma me sinto intão,
Palavra de amizadi
Que cala no curaçao.
O sinhô verseja tanto
Engrandecendo o cordel,
Conseguiu inté meu pranto
Cun suas palavra de mel.
Peñabe da Bêra Mar
A de coração praiano,
Parceira no versejar,
Já devi di tá chegano.
Se aprochegue, minha amiga,
Puxa o banquinho, se assenta.
Tu que é Cuma a furmiga
Que du trabai num lamenta,
Vamo lá, mete tua bronca,
Tu pode inté discordá
E no cordel democrático,
O teu pitaco mandá.
Pega um copo da branquinha
Pra aquecê a garganta,
É das boa, é fraquinha,
Nun garanto se alevanta
Dispois do sigundo gole,
Sem si sigurá nas porta,
Iscuita o chorá do fole,
Vai falano o que importa.
Até logo mais, cumpadis,
Me adivertí purdimais
Ispero que os puliça
Nun venha correno atráis.
Pur falá no bode véiu
Aqui nesse belo espaço.
Mais nóis devi abrí o verbo,
Pois nóis num semo paiáço.
