De repente, sopitando o pranto, desligando-se da mágoa e da tristeza, começou a dançar.
Todos o olhavam espantados, mas ele nem os via, dançando ao som de uma orquestra invisível e silente, num ritmo preciso, rodopiando à luz da lua, deixando o traçado dos seus passos na areia da praia, num desenho nervoso e incompreensível.
E ria, e beijava o seu par que a ninguém era dado enxergar.
Aos poucos, o ritmo foi cadenciando, diminuindo a velocidade até tornar-se lento como as danças de antigamente.
Seus olhos, que ainda não faz muito tempo inundavam-se num pranto morno e convulsivo, brilhavam agora marcados por um encantamento.
E começou a cantarolar uma balada romàntica, soltando aos poucos a voz bonita para quem quisesse ouvir.
Já passava da meia noite e as pessoas não se moviam dali...e a dança terminou em paz.