O escritor publicava seus textos no site, todo dia. Poesias. Cronicas. Peças. Umas letras quaisquer. Um dia ele pensou com os botões de seu teclado: "Quem será que lê isso que eu escrevo?". Resolveu colocar seu e-mail num textinho - ou seria um testículo? - e publicar no site de sempre. Era um jeito esperto de descobrir quem eram os seus leitores virtuais. Aguardou mensagens. Sua caixa postal só recebia propaganda de site XXX e ofertas de esticadores de pênis. Nada de leitores apaixonados por poesias moderníssimas. O marcador indicava que seus textos eram lidos. Alguns tinham sido lidos 45 vezes! Uau! Arrumou um amigo hacker que fez um cracker que ficou escondidinho num outro textinho publicado pelo escritor no site, o mesmo site de sempre. O cracker mal entrou na home e já achou o caminho para os leitores. Espertos esses crackers! Dias depois, o último textinho marcava o recorde de 88 acessos! Uma mensagem enviada pelo cracker, direto da Vila Madalena, desvendava o mistério. Oitenta e Sete leituras vinham no mesmo endereço: emaildamamaedoescritor@ig.com.br. A leitura 88 era bug mesmo.