Esta noite é minha, portanto, faço dela o que quiser...ponho a lua, tiro a lua, deixo as estrelas no céu, retiro-as; ponho nuvens, tiro-as...
Se quiser, mando os grilos perturbarem o silêncio das sombras, mas, também, se não quiser, deixo tudo envolto no maior silêncio, daquele tipo que incomodo e dá vontade de gritar só para contrariar.
E o que realmente vou fazer?
Olhar para você, velar por você que está precisando de mim, que se mostrou tão fragilizada, tão cheia de fantasmas diurnos.
Vou embalar você com uma cantiga de ninar especial, muito tranquila como devem ser todas as cantigas de ninar.
E quando vier a brisa da madrugada e você estiver no melhor dos sonos, en fecharei a veneziana e, juntos, iremos aguardar o arrebentar de um novo dia.