Saudades dos dias de outrora, do cheiro e do mato, a correr descalço pelo vergel de minha terra. Os encantos de um tempo ainda fresco na memória... A vida traça seu rumo e a lembrança é a ponte que nos faz regressar o que de melhor construímos. São essas memórias que estreitam os lados que se opuseram com o tempo, rompendo um abismo que nos torna fracos em nossa pseudo-sabedoria e que, por tantas vezes, nos faz perder o senso diretivo... É uma saudade danada da sabedoria popular, dos folclores regionais e suas fantasias mil. E cá entre nós, os contados em Minas transpiram vida própria, causadas (de causos mesmo, assim me permita a liberdade de escrita) em verdades por tantas vezes contadas pelo meu lindo povo. Tornei-me com o passar dos anos um passageiro distante dessas fantásticas pérolas da terra onde nasci, mais pela necessidade da partida que pelo próprio desejo em si. Nem a pobreza do sertão mineiro traz-me ao descompasso da memória de um tempo tão rico que contrasta com a evolução do homem que se torna cada vez mais pobre, na acepção da palavra, de espírito, de honra e de sentimento. É um tempo bom, tragado pelo tempo e sem o retorno desejado. Saudades dos dias de outrora, é a sede que me resseca a boca, a alma e faz-me desfalecer os pensamentos.