- Brodi, Brodi! Por Kidora, Brodi...
- Fala mano... Que pega?
- As pichações... As pichações estavam certas . A última literatura... Ela existe! Ela existe!
- Fala sério Ozimandias? Tu ta dizendo que...
- é mer mão... o "Pergaminho de ZPA" foi encontrado.
- Traz aqui... eu quero ver.
Uma legião de pessoas observava atenta a caixa de concreto suja de limo e esburacada pelo tempo. Diziam que dois dos Neoliteratus havia estado com o sagrado Ultimutestum, os pergaminhos de ZPA. Os rebeldes conhecidos como "os leitores", grupo maltrapilho, faminto e desorganizado que se opunha à ordem de Domínius, o senhor reverendo Mu-Dança. Era do conhecimento desse povo à s antigas escrituras nas ruínas da cidade, antigas pichações de um antigo grupo revolucionário. Os pichadores eram transgressores que eram caçados até mesmo antes da nova ordem, foram os primeiros a tentar algo contra a opressão de Domínius. Usaram a cor contra aquele que dominava fazendo uso dela, mas foram extintos. O chefe dos Neoliteratus era Mazaropi, forte e de grande inteligência, porém a negligência do tempo permutou os olhos cegos de seus ancestrais em olhos que podiam ver, mas não sabiam ler. Mazaropi em uma ordem bradou o nome da única pessoa que poderia decifrar o texto antigo.
- Aí mano, traz a Madalena aí.
- Firme e forte... Entra aí Mada.
Madalena, a enigmática sacerdotisa do templo dos Imortais da Academia.
- Por Paulo Coelho, quem brada minha graça, és rei de dos teus?
- Aí, não sei que tu disse não... não to ligado nessas paradas de "brada" nem de "graça", aqui é tudo pago... mas eu sou rei sim... chefe é rei... chefe é sangue bom.
- Mazaropi, teu linguajar é quase um vortex de confusão.
- Tu ia gostar de conhecer meu "linguajar"... mas bruxa eu te chamei pra uma paradinha.
- É, iria gostar dos desafios de sua língua... Mas primeiro o que queres?
- Ce é a única que poderia nos decifrar os "Pergaminhos de ZPA".
- Vós achastes o pergaminho, povo ignorante... Realmente podereis salvar esta cercania. Mostreis pra mim... Anda.
Ao pegar a folha amarelecida em suas mãos Madalena pode novamente sentir o poder de um bom texto. Leu, releu, releu e assim fico durante vários minutos, até que resolveu pronunciar-se.
- Salvos, cretinos! Estão salvos! O texto nos indica onde estão os Cavaleiros da Mesa Redonda.
- Cavaleiros da Mesa Redonda dona?!?! Uma lenda de dez mil anos é que vai nos salvar... Pirou. Pirou o cabeção... por Kidora, a dona ta pinel, ta grog ou fuma drogas.
- Mazaropi, chefe dos ignorantes, peço-te apenas um grupo para escoltar-me até determinados lugares na terra adoecida.
- Ta pirua, mas fica ligada que tu variou geral. Geral... Pode explicar como, lendo essa parada aí?
- Claro chefe energúmeno. O texto fala de tragédia em sua primeira estrofe.
- Estrogonofe?!?!?
- Cale-se... Deixa-me prosseguir.
Então Madalena leu o texto em voz alta. Olhos e ouvidos se maravilharam com o som daquelas palavras. Tão antigas. Tão cheias de poder. Eram como música. Eram diferentes, mas não assonantes. Tiravam lágrimas pois contavam uma antiga história de traição e derrota que eles traziam inbutida em seus genes.
Me Autor/leitor despeço.
Pois é viril esse retrocesso,
É forte o braço e o preço
É alto e é pelo avesso.
Mas antes de ir meu tal furo
Deixo-o aqui rabiscado
Um hiato meio ritmado
De tempos de agora e do futuro.
Digo que foram guerreiros.
Nesta terra Usina, forasteiros.
Sempre lutaram pela justiça
(Ou seria contra a preguiça?)
Nova, a Doce Fraterna:
A heroína da caverna.
Ayra-on, o Estressado:
O guerreiro do deserto do enforcado.
Kilandra, a Malandra
No vale de lágrimas, Salamandra.
Bruno Freitas, o Sábio
Está em Minutópolis, preso num palácio..
Klaus Reich, o Impostor
Na Cidade Alta, Lua de Endor.
Contrera, o Observador Implacável
Estará onde os outros 4 estiverem, é inevitável.
Súbito entra uma camponesa aos berros por entre as ruínas do castelo de Kidora.
- Galera, vamu capá o gatu! Os Cavaleiros que Dizem Ni... eles estão subindo o Morro...
- Se moca galera! Carlosdrumon, Bocage, Florbelaspanca e Fernadopessoa, leva a Bruxa pra floresta... eu nomeio vocês os Defits, vão atrás dos Cavaleiros da Mesa Redonda.
- Ni! Ni ni ni ni nininininininininni nininininininini! Nini? Nini! Ni! Ninininini?
- Nunca! Nem fudendo seu comédia!