O MST e outros Movimentos de Base Social
*Leonardo Koury Martins
Mesmo com as distorções da mídia com relação aos movimentos de base social, os movimentos não podem agora perder o seu caráter de manifestantes e cobradores de soluções para a nossa população.
A imprensa tenta formar uma opinião errada sobre o MST, movimento dos sem terra, organização qual é vista no mundo inteiro como grande responsável da mobilização e das transformações da sociedade brasileira.
Podemos perceber que hoje, o papel do MST perante o novo governo é o papel que todos os movimentos de base tem que seguir no nosso país. Ao mesmo tempo em que apóia o governo, cobra as mudanças necessárias para o seu funcionamento. Ao mesmo tempo em que conversa com o presidente do país, reafirma o seu papel de verdadeiro transformador social sempre com o intuito de acabar com os latifúndios e dar ao povo a terra que por ele foi tão esperada.
Outro movimento que cumpre o seu papel de transformador e o ME, o movimento estudantil que com uma cara jovem realmente leva os estudantes pedindo mudanças educacionais como no dia 14 em Belo Horizonte com o tema "Reformar a educação para mudar o Brasil" levando milhares de estudantes a ocupar as ruas da cidade numa manifestação de apóio e cobranças.
Vemos sim mudanças neste nessa nova fase governamental, um exemplo é o governo sentar com a UNE e a UBES, para discutir educação, sentar com a CUT (outro movimento de base social importantíssimo) para olhar a relação do empregado e discutir reforma tributária e da previdência, um outro exemplo é Luis Inácio Lula da Silva colocar publicamente o boné do MST reafirmando seu compromisso não só com a reforma agrária, mas também com o povo brasileiro.
Mas a maior mudança que existe hoje no novo governo é a questão da politização de massa dos brasileiros, pois antes não se via as pessoas discutindo política ou argumentando sobre as reformas nas praças, no trabalho e nos ónibus, não se via o brasileiro tão preocupado com o destino do país.
Devemos continuar a apoiar o governo de Lula, mas temos que mostrar a ele também o caminho certo para que ele seja realmente o governo do povo brasileiro, daqueles que sonharam quinhentos anos para ter a presidência e por isto nós temos que ser coerentes na hora das cobranças para que não perdemos tudo que dificilmente conseguimos conquistar.
Essa é uma nova fase, é a fase da esperança, mas tudo há seu tempo.
*Leonardo Koury Martins é Vice Presidente da UMES/BH, Coordenador de Fração do Partido dos Trabalhadores, Formador de Opinião Política, escreve para o Usina de Letras e é colaborador cultural da revista Argumento.net