Por muito tempo eu acreditei em tudo que eu ouvia. Nas palavras dos que me cercavam, nos noticiários da TV e que a vida era pura expiação.. Dor. Aquela história de que ` a felicidade não é deste mundo".
Eu era uma estrela que nascia e meu brilho tornava-se opaco por não acreditar que eu podia brilhar... E preferia olhar as outras estrelas, sorrir e vibrar com o brilho delas, incentivá-las. Queria que brilhassem cada vez mais forte como uma ciranda de estrelas brilhando no céu. Eu sentia aquele brilho me adoçando a vida e nunca me senti Estrela.
Eu não era estrela, mas me nutria do brilho das outras estrelas que, resplandescentes, ostentavam seu brilhar. E eu tinha um desafio: mostrar que o brilho de cada uma se tornava mais forte em conjunto. Eu era a migalha, o resto, o farelo, o que sobrou e não merecia brilhar... Eu era uma poeirinha cósmica.... Eu procurava os quartos escuros, buscava de toda forma esconder meu brilho. Eu tinha um medo enorme de brilhar e me tornei covarde.
Passei então a duvidar de tudo. a não crer em nada que via ou me diziam, a não querer andar, a não receber nada de bom que o universo pudesse me oferecer. E se alguém descobrisse meu brilho, eu fugia, eu duvidava, eu ia embora, eu expulsava da minha vida. E assim, deixei, por covardia, de acreitar no brilho das estrelas. Tudo era falsidade e ilusão.
Eu era estrela e não sabia. Meu brilho interior levava outras estrelas ao brilho maior. E por muitas vezes meu brilho iluminou seus caminhos. Mas se você nasce estrela, não adianta... Você brilha mesmo sem querer. Você tem luz própria. Você pode ser visto brilhando por mais que alguns satélites tentem te mostrar o contrário. E seu brilho não pode ser roubado porque talento não se compra ou vende a prestações. Talento é fonte que brota nos desertos que adentramos quando esquecemos que a felicidade é a conquista diária de se descobrir estrela.
Eu sou muito estrela e eu sobrevivi!
Alyne Costa, agosto de 2003
"Assim é. Só uns poucos sobrevivem. Os muito covardes e os muito estrelas." Pedro Juan Gutierrez
Para todos que estimularam meu brilho com o brilho as pureza de seus corações: Tia Maria, Sylvia, Iuri sarmento, Victor ( meu filho), Victor Hugo, Margarida, seu Edinho, Helio Filho, Raquel (quelzinha), Sávio, Miguel, Carol, Liliane, Bartira,Aline (minha irmã de coração) Gabi, André Mendes e muitas outras estrelas desta constelação, amo todos vocês!